Bangcoc, 11 jun (EFE).- O rei da Malásia, o sultão Muhammad V, anunciou nesta segunda-feira que reduzirá em 10% seu salário após afirmar que ficou "comovido" pelas doações a um fundo criado pelo novo governo para fazer frente à dívida pública do país.
O Ministério de Finanças criou, no final de maio, o Fundo para a Esperança e apelou ao patriotismo para que os cidadãos fizessem contribuições para ajudar a sanar uma dívida de cerca de 1 trilhão de ringgit (US$ 250 bilhões).
O fundo já tinha arrecadado hoje mais de 56,6 milhões de ringgit (US$ 14,1 milhões), segundo uma apuração do Ministério publicada em sua site.
"Vossa majestade se sente comovido e agradece o esforço dos malaios que fizeram doações ao Tabung Harapan (Fundo para a Esperança)", indicou o sultão em comunicado.
"Vossa Majestade também deseja assumir sua responsabilidade junto com o povo e consente que seu salário tenha uma redução de 10% enquanto durar o mandato", acrescentou Mohammed V, o sultão de Kelantan, que ostenta a chefia de Estado até 2021.
O soberano, nomeado para o cargo em 2016, também anunciou que neste ano não realizará a recepção pelo fim do Ramadã em seu palácio e que destinará esta parte do orçamento "aos mais necessitados".
O fundo faz parte de um pacote de medidas aprovadas pela coalizão governante, que assumiu o poder após a histórica vitória nas eleições de 9 de maio perante a coalizão que tinha governado o país desde o fim da colonização britânica.
Além da campanha de doações, o executivo também anunciou a introdução de novos impostos e o adiamento de vários subsídios prometidos em campanha eleitoral.
O novo governo atribuiu a dívida à gestão de seus antecessores, incluídas as perdas registradas pelo fundo estatal de investimentos 1MDB, afetado por um escândalo de corrupção no qual está o ex-primeiro-ministro, Najib Razak, está envolvido.
Najib acusou seus sucessores de inflar os números e com isso prejudicar o mercado de valores malaio e afugentar aos