SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - Os adversários do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, na corrida presidencial centraram suas baterias contra as declarações do candidato a vice do presidenciável, general da reserva Hamilton Mourão, sobre o décimo terceiro salário e aproveitaram para questionar outras propostas polêmicas ventiladas por aliados de Bolsonaro.
Em palestra a empresários na quarta em Uruguaiana (RS), Mourão se referiu a esse pagamento aos trabalhadores como "jabuticaba brasileira" e defendeu a realização de uma reforma trabalhista "séria".
O candidato do PT, Fernando Haddad, que está na vice-liderança da disputa pelo Palácio do Planalto atrás de Bolsonaro, disse em Porto Alegre que o candidato do PSL defende uma agenda de onerar os trabalhadores e aproveitou para cutucar o governo do presidente Michel Temer e o PSDB.
"O governo temer abriu a porteira de tirar direito dos trabalhadores", disse o petista. "É uma linha de atuação que o trabalhador tem que pagar a conta e não o capital, que o PSDB defende, que o Bolsonaro defende", acrescentou.
"Quando abre a porteira da maldade você não sabe quando vai acabar."
Ciro Gomes, postulante do PDT ao Planalto, disse em um vídeo publicado em suas redes sociais que a declaração de Mourão é um motivo para os eleitores não votarem em Bolsonaro.
"O general Mourão é contra o décimo terceiro e adicional de férias. Imagine que esse homem pode virar presidente da República como acabou acontecendo com três vices na história do Brasil, entre eles Sarney e Temer. Se você ainda não tinha um motivo para não votar no Bolsonaro, agora tem", disse Ciro. [nL2N1WD24V]
Já Geraldo Alckmin (PSDB), além de disparar contra as declarações de Mourão, também fez uma inserção na TV em que afirma que "para não ficar sem décimo terceiro" o eleitorado deveria votar no tucano. [nL2N1WD1O2]
Marina Silva, candidata da Rede, também foi às redes sociais criticar Mourão.
"Vice do Bolsonaro, Mourão atacou a Constituição quando 'jabuticabou' a importância do 13º salário e férias. Além de analisar os candidatos, PRESTEM MUITA ATENÇÃO NO VICE. Já sabemos o que a escolha mal feita de um vice pode fazer ao país", escreveu Marina no Twitter (NYSE:TWTR).
O próprio Bolsonaro também recorreu à rede social para desautorizar o vice, que por sua vez, divulgou nota alegando ter sido mal interpretado em seus comentários. [nL2N1WD1DH]
(Reportagem de Eduardo Simões, em São Paulo, e Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu, em Brasília)