Por Dmitry Madorsky
MOSCOU (Reuters) - O Ministério de Relações Exteriores da Rússia convocou uma grande quantidade de diplomatas ocidentais nesta sexta-feira para estabelecer as medidas de retaliação que adotará em um impasse com o Ocidente após o envenenamento de um ex-espião russo e sua filha que viviam no Reino Unido.
Na quinta-feira, a Rússia anunciou que estava expulsando 60 diplomatas norte-americanos e que faria o mesmo com outros países que se juntaram a Londres e Washington para censurar Moscou pelo envenenamento Sergei Skripal e sua filha, algo que o governo russo nega.
Nesta sexta-feira, autoridades diplomáticas da França, Alemanha, Itália, Polônia, Holanda, Croácia, Bélgica, Ucrânia, Suécia, Austrália e República Tcheca foram vistas chegando em seus carros ao prédio do Ministério de Relações Exteriores, em Moscou.
Em comunicado, o ministério informou que estava convocando representantes de uma "grande quantidade de países que tomaram ação hostil contra Rússia em solidariedade ao Reino Unido por causa do caso Skripal".
"Os enviados receberão notas de protesto e serão informados sobre as medidas de retaliação do lado russo", disse o ministério.
Os Estados Unidos e vários outros países ocidentais estão expulsando mais de 100 diplomatas russos e Moscou que suas medidas de retaliação espelharão precisamente as ações tomadas contra o país.
Laurie Bristow, embaixador britânico, também foi convocado pelo ministério nesta sexta-feira, mas se recusou a comentar o que foi discutido quando deixava o local.
Ao sair do prédio, o embaixador alemão Rudiger von Fritsch disse que a Rússia tinha questões a responder sobre o envenenamento de Skripal, mas que Berlim continuava aberta ao diálogo com Moscou.
Após a Rússia anunciar as expulsões na noite de quinta-feira, o Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que se reservava o direito de responder além disso, dizendo que a lista de diplomatas designados para expulsão pela Rússia mostrava que Moscou não estava interessado em diplomacia.
Nesta sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que discordava dessa avaliação, afirmando que o presidente russo, Vladimir Putin, ainda preferia reparar os laços com outros países, incluindo os EUA.
(Reportagem adicional de Maria Kiselyova e Christian Lowe )