Por Maria Tsvetkova e Polina Ivanova
UST-DJEGUTA, Rússia (Reuters) - Os russos foram às urnas neste domingo e devem reeleger facilmente o atual presidente, Vladimir Putin, mas seus oponentes denunciam que autoridades estão constrangendo as pessoas para que compareçam às zonas eleitorais, com o intuito de que a vitória não fique manchada pelo baixo comparecimento.
Pesquisas de opinião dão a Putin o apoio de cerca de 70 por cento do eleitorado, quase sete vezes mais do que o seu adversário mais próximo.
Caso ele obtenha um novo mandato, ficará quase um quarto de século no poder, uma longevidade apenas inferior à do ditador Josef Stalin.
Muitos eleitores dizem que Putin, um ex-espião da KGB de 65 anos, defende os interesses da Rússia em um contexto internacional que, afirmam, é hostil ao país.
A anexação russa da região da Crimeia – anteriormente território ucraniano –, a suposta interferência na eleição norte-americana e a campanha militar russa na Síria foram condenadas pelo Ocidente. Mas, para muitas pessoas no país, tais fatos apenas aumentaram os atributos de Putin como um líder firme.
Uma recente polêmica com o Reino Unido de que o Kremlin teria usado um gás tóxico para envenenar um agente duplo russo em território britânico – algo negado por Moscou –, não alterou a força de Putin.
“Votei no Putin”, disse Lyubov Kachan, um professor do assentamento de Ust-Djeguta, no sul da Rússia. “Se algo não está dando certo para nós agora, devemos creditar esse fato ao mundo, que nos trata muito mal, enquanto ele tenta reagir a isso.”
O único problema para a campanha de Putin é a possibilidade de muitos eleitores, inclusive os dele, não comparecerem às zonas eleitorais, prevendo que a vitória está certa.
Os adversários de Putin alegam que empresa próximas ao líder estão obrigando seus funcionários a comprovarem que votaram.
Repórteres da Reuters testemunharam pessoas em várias zonas tirando fotos delas mesmas em frente às urnas. Algumas chegavam aos locais de votação em ônibus fretados.