Por Lesley Wroughton e Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - Pouco mais de 12 horas depois de tomar posse como secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo foi direto para a sede da Otan nesta sexta-feira, o que aliados europeus viram como uma grande demonstração de apoio a uma instituição que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou certa vez de obsoleta.
Em um dia de reuniões a portas fechadas com chanceleres da Otan, Pompeo pareceu conquistar os aliados europeus com um discurso duro sobre a Rússia e uma abordagem mais afirmativa do que a de seu antecessor, Rex Tillerson, mas mesmo assim renovou o pedido já familiar de Trump para que a entidade aumente o gasto com a defesa.
Ele tampouco prometeu que seu chefe renovará o acordo firmado em 2015 para impedir o Irã de desenvolver uma bomba nuclear, alertando que Trump ainda está inclinado a abandonar o pacto se não houver grandes mudanças em um acordo que os europeus insistem não poder ser reaberto.
"Não houve nenhuma decisão, então a equipe está trabalhando e estou certo de que teremos muitas conversas para apresentar o que o presidente deixou claro", disse Pompeo em uma coletiva de imprensa, na qual contou ter debatido o pacto iraniano com seus pares.
"Na ausência de uma melhoria substancial, na ausência da superação dos defeitos do acordo, é improvável que ele permaneça nesse acordo", disse.
Pompeo, que certa vez sugeriu que a resposta ao programa nuclear de Teerã seriam 2 mil incursões de bombardeiros, disse que espera debater o tema durante o resto de sua turnê por Arábia Saudita, Israel e Jordânia.
Em Bruxelas, Pompeo pressionou os aliados a cumprirem a meta de gasto da Otan de 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), além de 20 por cento deste valor em equipamentos militares, dizendo que isso será uma parte central de uma cúpula da entidade entre 11 e 12 de julho à qual Trump deve comparecer.