BRASÍLIA (Reuters) - Representantes de centrais sindicais que se reuniram com o presidente da Câmara nesta tarde afirmaram que Rodrigo Maia (DEM-RJ) deve decidir na quinta-feira sobre eventual adiamento da votação da reforma da Previdência.
“Fizemos um pedido por unanimidade das centrais para que ele adiasse a votação, adiasse para o ano que vem, para que a gente possa ter mais um espaço de debate”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), presidente da Força Sindical.
“Ele (Maia) disse que só vai tomar uma posição amanhã, conversando com os líderes”, acrescentou.
Paulinho da Força, como é conhecido, avaliou que o governo ainda não tem os votos necessários para aprovar a reforma. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), são exigidos os votos de ao menos 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação.
“Acho difícil o governo conseguir votos para votar (a proposta) na semana que vem”, disse o deputado.
A expectativa, não confirmada pelo presidente da Câmara, é que a proposta tenha seu primeiro turno votado na próxima quarta-feira.
Também presente no encontro nesta tarde, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou que independentemente da decisão de Maia haverá paralisação nacional na próxima terça-feira contra a reforma.
“O presidente (da Câmara) disse que vai pensar se vai anunciar amanhã se adia ou não. Independentemente disso, o papel dos sindicatos e dos trabalhadores é organizar e participar da greve do dia 5. É importantíssimo todos os setores participarem, público e privado, para que não permitamos que mais esse direito seja tirado da classe trabalhadora brasileira”, disse Freitas.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)