BRASÍLIA (Reuters) - O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar na quinta-feira o pedido da Rede Sustentabilidade para afastar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo de presidente da Câmara, informou nesta quarta-feira a assessoria de imprensa do tribunal.
A Rede protocolou na terça ação em que questiona a permanência de quem é réu em processo no Supremo em cargos que façam parte da linha sucessória da Presidência da República. O partido alega inconstitucionalidade no caso de Cunha, uma vez que responde como réu nas investigações da operação Lava Jato.
O deputado, atualmente o terceiro na linha sucessória, pode se tornar o segundo, caso o vice-presidente Michel Temer assuma a Presidência no lugar de Dilma Rousseff, alvo de processo de impeachment.
“Questionamos exatamente o fato de ser possível que um réu ocupe um posto existente na linha sucessória da Presidência da República. Por esse motivo é inconstitucional e, dessa forma o (Eduardo) Cunha deve ser afastado do comando da Câmara”, afirmou Raphael Sodré, dirigente nacional da Rede.
O presidente da Câmara é réu no STF pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro sob a acusação de integrar o esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4). Além dessas acusações, Cunha também enfrenta um processo de cassação no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar por ter mentido sobre a existência de contas no exterior, em depoimento à CPI da Petrobras.
A sessão no Supremo está marcada para iniciar às 14h de quinta-feira.
(Reportagem de Leonardo Goy)