Praga, 26 jan (EFE).- Mais de oito milhões de cidadãos da República Tcheca com direito a voto estão convocados nesta sexta-feira e amanhã para o segundo e decisivo turno das eleições para escolher o presidente do país, entre o atual governante, o ex-líder social-democrata Milos Zeman, e o acadêmico independente Jiri Drahos.
No primeiro turno, há duas semanas, Zeman obteve 38,6% dos votos, contra 26,6% de Drahos.
As últimas pesquisas divulgadas nesta semana apontam um empate técnico entre os dois, já que a maioria dos candidatos que ficaram fora do segundo turno pediu a seus eleitores que votassem em Drahos.
Zeman, que se autodenomina "eurofederalista" e evoluiu de um moderado europeísmo para um aberto euroceticismo, criticou as políticas da União Europeia (UE) em matéria de migração, bem como pelas sanções impostas à Rússia pela anexação da Crimeia.
O atual presidente tcheco também buscou uma aproximação com Rússia e China, países que - assim como extinta Tchecoslováquia - pertenciam ao bloco do Leste Europeu durante os anos da Guerra Fria.
Segundo Milan Znoj, um cientista político da Universidade Carolina de Praga, estas eleições "não serão decididas pelo voto dos indecisos, mas pela força da rejeição dos cidadãos" ao atual presidente.
Um dos motivos dessa rejeição foi a nomeação do magnata multimilionário Andre Babis como primeiro-ministro, apesar de ser investigado por fraude com fundos comunitários.
Babis fracassou na semana passada em sua primeira tentativa de formar governo, ao não conseguir apoio suficiente na sessão de posse, e agora obteve uma segunda oportunidade do chefe do Estado, Zeman, para tentar novamente.
Esta decisão foi duramente criticada por Drahos, que se opõe à nomeação de um premiê sob suspeitas de corrupção, mas pouco pode fazer para evitá-lo, já que o mandato do atual presidente vai até o dia 7 de março.