BRASÍLIA (Reuters) - O presidente em exercício, Michel Temer, disse nesta sexta-feira que decidiu falar a jornais estrangeiros para na véspera para rebater “agressões” à Vice-Presidência que, segundo ele, estão atingindo a imagem do Brasil.
“Achei que deveria dizer alguma coisa à imprensa internacional já que houve manifestações... à imprensa internacional, especialmente pretendendo desqualificar a minha posição", disse Temer a jornalistas.
"Aí não é a coisa do vice-presidente, é uma coisa do Brasil. Acho que o Brasil não merece desqualificação por meio de eventuais agressões à vice-presidência", acrescentou, numa alusão às acusações da presidente Dilma Rousseff que tem chamado o vice de golpista e conspirador.
Temer deu entrevistas na quinta-feira aos jornais norte-americanos Wall Street Journal e New York Times, e também ao britânico Financial Times, rebatendo o discurso de Dilma de que o processo de impeachment é um golpe contra seu governo.
Em rápida entrevista coletiva após deixar o escritório da Vice-Presidência da República, Temer classificou o discurso de Dilma na Organização das Nações Unidas (ONU), nesta manhã, como "adequado”. No discurso, a presidente usou a maior parte do tempo para tratar das mudanças climáticas, tema do evento, se restringindo a dizer que o país vive um "grave momento", mas sem falar em golpe. [nL2N17P0SL]
EQUIPE
Temer, que assumirá o comando do país caso Dilma seja afastada do posto pelo Senado, desconversou sobre reuniões e conversas que vem tendo.
"Estou sendo procurado por muita gente, estou ouvindo muita gente, mas apenas ouvindo, nada mais do que ouvindo", disse ao ser perguntado sobre um encontro com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.
Temer está como presidente em exercício nesta sexta-feira em função da viagem da presidente Dilma aos Estados Unidos para participar da assinatura do acordo de Paris sobre o clima, na ONU.
(Por Leonardo Goy)