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Temer diz que crise não acaba só com mudança de governo e defende reformas para voltar a crescer

Publicado 21.11.2016, 11:50
© Reuters. Presidente Michel Temer no Palácio do Planalto
MGLU3
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GGB
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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira que é preciso acabar com a ideia de que basta mudar o governo e todos os problemas estarão resolvidos, e reiterou que as reformas são necessárias para o país voltar a crescer e retomar a geração de emprego.

Ao abrir a primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, desde que assumiu o governo, Temer ressaltou que a retomada do crescimento é a "prioridade número um do nosso povo, e portanto do nosso governo", e destacou a necessidade de aprovação pelo Congresso das medidas de cortes de gastos públicos.

"Precisamos estancar a ideia de que bastou mudar o governo e tudo se transformou em um céu claro", afirmou o presidente. "Três fases são indispensáveis: o combate à recessão, o crescimento e, como consequência, a retomada do emprego".

Temer chamou de "ilusionismo" a maneira que a economia foi conduzida antes da mudança de governo, e que agora "a realidade bate à porta".

"Nossa crise é de natureza fiscal. Por muito tempo o governo gastou mais do que podia. Agora a realidade bate à porta e cobra seu preço. Ao levantarmos o manto da chamada contabilidade criativa descobrimos que o déficit é de 170 bilhões de reais", afirmou Temer.

De acordo com Temer, a crise fiscal "ruiu a confiança do empresário e do consumidor" e levou ao aumento do desemprego. "Esse descuido é pago pelo trabalhador, que sente os efeitos da irresponsabilidade no bolso", disse.

"O Brasil não pode conviver com autocomplacência, temos que responder à urgência das reformas. Reformas são urgentes para pôr o Brasil nos trilhos, reformas que ficaram entorpecidas por passageira sensação de prosperidade", afirmou.

Mais uma vez, o presidente defendeu que é preciso pacificar o Brasil, dizendo que é seu "objetivo principal".

"Não há como continuar com o Brasil dividido. Dividido em ideias, não tem importância, em conceitos, não tem importância, A democracia vive de controvérsia", defendeu. "Não pode é haver um cisão raivosa entre os vários brasileiros, nós que sempre tivemos a fama se ser conciliadores".

© Reuters. Presidente Michel Temer no Palácio do Planalto

Criado em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chamado Conselhão é um órgão consultivo da Presidência da República, ligado à Casa Civil. Ao assumir efetivamente a presidência, Temer aumentou o número de membros de 92 para 96 e alterou sua composição.

Setores mais ligados a movimentos sociais e sindicatos, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o MST e a União Nacional dos Estudantes (UNE) saíram da composição, trocados por nomes como Paulo Skaf, da Federação das Indústrias de São Paulo, e o consultor Murillo de Aragão.

Outros, como a presidente do Conselho da Magazine Luiza (SA:MGLU3), Luiza Helena Trajano, e o presidente do Conselho do Grupo Gerdau (SA:GGBR4), Jorge Gerdau Johannpeter, foram mantidos.

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