BRASÍLIA (Reuters) - O governo mobilizou seus líderes para que garantam a presença de parlamentares para a aprovação em sessão do Congresso, na próxima quarta-feira, de um projeto que remanejará recursos do Orçamento da União para cobrir a inadimplência da Venezuela e de Moçambique em operações que o Brasil é o garantidor de crédito.
Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que participou de reunião nesta quinta-feira com o presidente Michel Temer e líderes governistas, o projeto, que deve ser anunciado na sexta-feira, precisa ser aprovado até o dia 8, dia do pagamento dessas operações.
Uma vez aprovado, o projeto autorizará um fundo garantidor de crédito a quitar os financiamentos, de cerca de 1,5 bilhão de reais, junto ao Credit Suisse e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Nós temos que efetuar esses pagamentos até o dia 8 de maio. O Brasil dispõe dos recursos, mas não existe obviamente previsão orçamentária para tanto, até porque se trata de uma inadimplência desses dois países”, disse o ministro a jornalistas.
“O não pagamento teria consequências completamente indesejáveis, o Brasil se tornaria até inadimplente perante a banca internacional”, alertou.
Marun aproveitou para afirmar que o governo já está se “precavendo” para o não pagamento das próximas parcelas.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)