Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer defendeu nesta quinta-feira que se o interesse do novo governo é aprovar rapidamente a idade mínima, dentro da reforma da Previdência, o melhor caminho seria votar no Congresso a proposta apresentada pelo seu governo.
"Eu sugiro que se possa aprovar a nossa proposta. Já está prevista lá, seria muito útil. Tem a vantagem que já tramitou, seria só aprovar na Câmara e no Senado, em dois turnos", defendeu Temer.
Esta semana, o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que planeja enviar uma reforma "fatiada" e que sua prioridade seria aprovar a idade mínima. Admitiu, inclusive, adotar o texto que já está no Congresso.
Temer defende que sua proposta institui a idade mínima paulatinamente, em 20 anos até chegar a 62 anos para mulheres e 65 para homens, o que facilitaria a aprovação pela sociedade.
Temer defendeu mais uma vez que a reforma precisa ser feita e lembrou que "só se fala nisso" no novo governo.
Ao ser perguntado se tinha algum arrependimento do seu tempo na Presidência, Temer garantiu que não.
"Eu fiz o que deveria fazer, fiz o melhor que achei para o país" afirmou.
Temer explicou que pretende se retirar da vida pública ao sair da Presidência e se dedicar à área jurídica. Afirmou ainda que não teme os processos contra si sobre corrupção.
"Não tenho a menor preocupação com as denúncias. Qualquer mente jurídica mais apurada vai ver que são pífias", afirmou, revelando ainda, no entanto, o incômodo com a situação. "No plano moral eu me sinto injustiçado. Politicamente não, estou acostumado."