BRASÍLIA (Reuters) - O presidente em exercício, Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira que o "único problema" do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, é o sobrenome que ele tem.
Flávio é investigado na área cível por movimentações financeiras atípicas.
"O problema é dele. Mas o que acontece? Há essa repercussão toda pelo sobrenome dele. Assim como ele, tem mais outros 25 lá da Assembleia Legislativa investigados por problemas similares", disse ele, ao comentar. "O único problema do senador Flávio é o sobrenome, se o sobrenome dele fosse Silva..."
Mourão disse que é preciso aguardar a "extensão dos acontecimentos" no caso dessas investigações, mas destacou novamente que o governo está "tranquilo".
"Vamos aguardar para ver qual extensão dos acontecimentos, né? A Justiça está fazendo o trabalho dela, a investigação tá fazendo o trabalho dela, então tem que aguardar, né?", disse Mourão, em rápida fala na chegada ao seu gabinete em Brasília, na volta de uma viagem ao Rio de Janeiro.
Mourão assumiu o comando país no domingo à noite, após Bolsonaro viajar para a Suíça a fim de participar do Fórum Econômico Mundial em Davos.
O presidente em exercício disse que não compete a ele analisar a situação de Flávio. "O governo está tranquilo e isso não é um fato que nos interessa por enquanto. Quando passar a interessar aí será divulgado aquilo que for necessário."
Mourão não quis opinar sobre reportagens publicadas nesta terça que relatam que Flávio empregou até novembro do ano passado em seu gabinete na Assembleia Legislativa a mãe e a mulher de um ex-policial militar suspeito de comandar milícias no Rio de Janeiro.
Esse ex-policial era um dos alvos de operação deflagrada nesta terça-feira pelo Ministério Público fluminense para prender suspeitos de chefiar milícias que atuam em comunidades.
(Reportagem de Ricardo Brito)