O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta 3ª feira (13.ago.2024) com o governador da província de Buenos Aires (Argentina), Axel Kicillof (Partido Justicialista), no Palácio do Planalto. O encontro é um reflexo da relação entre o governo petista e os peronistas argentinos, que tentam manter as pontes depois da eleição de Javier Milei (La Libertad Avanza, de direita) como presidente argentino.
Além da proximidade política, Kicillof veio ao Brasil em busca de ajuda financeira para ações do seu governo. Opositor a Milei, ele tem enfrentado resistências do governo federal e atraso ou suspensão de repasses de recursos. O governador foi ministro da Economia entre 2013 e 2015, no governo da ex-presidente Cristina Kirschner (Partido Justicialista).
“Me foi dado o mandato para nos ocuparmos da produção, do emprego ‘bonairenses’, e isso implica estreitar vínculos com os setores produtivos e com o governo do Brasil. Viemos afiançar e assegurar essa porta”, disse.
Questionado por jornalistas se sua visita a Lula seria um contraponto à relação do governo petista com Milei, o governador argentino respondeu: “Oportunidade de afiançar os laços, que são laços entre povos. Dificilmente por minha posição ideológica ou política poderia acreditar que eu tenho o direito de colocar em risco vínculos que são históricos. […] Tem que se explicar muito bem porque a Argentina deveria não aprofundar, até onde puder e na medida de seu alcance, seu vínculo com o povo brasileiro e com o governo do Brasil”.
Antes do encontro com Lula, Kicillof se reuniu com o vice-presidente e ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou da reunião com Lula. O governador argentino também se reunirá com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
“A reunião foi muito boa e prolongada. Lula foi muito generoso em nos receber desta maneira para podermos discutir os temas de interesse entre a província de Buenos Aires e o governo do Brasil”, disse.
A jornalistas, Kicillof não quis detalhar o que foi negociado na reunião com Lula. Disse apenas que não poderia anunciar nada sem que antes as medidas estivessem totalmente resolvidas.