O pastor Silas Malafaia disse nesta quinta-feira, 15, após reunião com Jair Bolsonaro (PL), que a manifestação convocada para o próximo dia 25, na Avenida Paulista, "vai além" do ex-presidente. Segundo o líder evangélico, o ato é "em favor a liberdade de todo povo brasileiro". O aliado do ex-presidente é o idealizador do evento e vai fornecer um trio elétrico para os discursos.
"Manifestações pacíficas são livres na nossa nação e é isso que nós vamos fazer lá. Vamos fazer uma grande manifestação em favor da liberdade de todo o povo brasileiro. Vai muito mais além do que Bolsonaro", afirmou o pastor, na saída do encontro realizado na sede do Partido Liberal, em Brasília.
Além de Malafaia, participaram da reunião o advogado Fábio Wajngarten, ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, e o deputado federal Zucco (Republicanos-RS).
O pastor disse que os recursos para a manifestação serão provenientes da Associação Vitória em Cristo, organização religiosa liderada por ele. "Não tem recurso político, não tem recurso de caixa 2 ou de onde quer que seja", afirmou. Wajngarten reforçou que nenhum recurso público será destinado ao evento.
De acordo com Zucco, a manifestação será um evento "pacífico e ordeiro", que reunirá políticos e apoiadores. Quando convocou o ato no último domingo, 12, Bolsonaro pediu para que os seus seguidores evitassem levar faixas "contra quem quer que seja".
Em atos anteriores convocados pelo ex-presidente, tornou-se comum o surgimento de faixas pedindo intervenção federal e atacando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ato foi convocado após Bolsonaro ser investigado por planejar golpe de Estado
O ato pró-Bolsonaro será realizado após o ex-presidente se tornar alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga a participação do ex-mandatário na articulação de um golpe de Estado. Na ação, realizada no último dia 8, após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-presidente teve o passaporte apreendido.
Entre os elementos que embasaram a operação, estão uma reunião ministerial com teor golpista e uma troca de mensagens entre aliados do ex-presidente, que sugerem que ele teria redigido uma minuta que decretaria um estado de sítio após as eleições de 2022.
O ato é o primeiro convocado pessoalmente por Bolsonaro desde o 8 de Janeiro, quando seus apoiadores depredaram as sedes dos Três Poderes na capital federal. Em outubro do ano passado, em uma marcha contra o aborto em Belo Horizonte (MG), Bolsonaro afirmou que o evento teve baixa adesão por causa dos inquéritos que investigam os participantes dos ataques aos prédios públicos.