Investing.com – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 28. para explicar os detalhes da medida que irá reonerar os combustíveis. A decisão ocorre em meio ao fim do prazo de isenção de PIS/Cofins sobre os produtos, editada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em meio à corrida eleitoral para conter a alta da inflação.
Confira a coletiva de imprensa ao vivo:
A reoneração dos combustíveis foi motivo de uma queda de braço entre o ministro da Fazenda e a ala mais ligada à política do governo. Haddad já havia sido derrotado no início do mandato de Lula quando a ideia de não renovar o benefício concedido pelo governo anterior, de modo a aumentar as receitas, foi vetada por ordem de Lula. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que é o mesmo partido do presidente e do ministro, foi uma das que se manifestou contrariamente à nova tentativa de reoneração.
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A preocupação da equipe econômica é que a extensão do benefício irá aumentar o gasto público, dificultando a redução dos juros. Em janeiro, houve a a prorrogação da isentção para gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural veicular até fevereiro e, para diesel e gás de cozinha, até dezembro.
Analistas da Daycoval Asset, do Banco Daycoval (BVMF:DAYC4), vêem a medida como positiva por causa da redução do déficit fiscal e da concentração dos reflexos da medida na inflação em 2023.
"O Banco Central tem comunicado que já leva em consideração a volta dos impostos em suas projeções e ao retornar este ano, esse impacto fica praticamente fora do horizonte relevante do BC. O risco era a reoneração ocorrer somente no próximo ano e, com isso, elevar as expectativas de inflação em 2024, sob pena de dificultar ainda mais o trabalho de desinflação e ancoragem de expectativas de inflação do BC", dizem em nota. A instituição calcula que a reoneração deve ter peso na inflação de cerca de 60 pontos, o que levaria o IPCA a 5,8%.