A DPU (Defensoria Pública da União) informou na 3ª feira (19.set.2023) que a rede de supermercados Atakarejo vai pagar uma indenização de R$ 20 milhões em danos morais coletivos pela morte de 2 jovens negros depois do furto de carne de uma loja em Salvador, em 2021. Leia a nota da Defensoria (PDF – 112 kB).
O valor foi fechado a partir da homologação de um acordo judicial assinado na 2ª feira (18.set) pela empresa e diversas instituições envolvidas no caso.
No total, serão 36 parcelas fixas. A 1ª será paga em outubro. A quantia irá para o Funtrad (Fundo de Promoção do Trabalho Decente) e será usada para custear ações de combate ao racismo estrutural.
A rede também deve adotar medidas de combate ao racismo. O acordo contém 41 cláusulas, entre elas, o comprometimento da empresa em aumentar o número de trabalhadores negros e em manter um canal ativo para receber denúncias. Além disso, deve proibir a contratação de pessoas condenadas por crimes praticados com violência física para realizar a segurança dos estabelecimentos.
De acordo com a DPU, o acordo não suspende demais processos contra a empresa, como indenizações para a família das vítimas.
Relembre o caso
Em abril de 2021, seguranças do supermercado flagraram Bruno Barros, de 29 anos, e Yan Barros, de 19 anos, tio e sobrinho respectivamente, furtando pacotes de carne na unidade da rede localizada no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador. Os seguranças entregaram os jovens para traficantes que atuam na região.Bruno e Yan foram torturados e mortos por integrantes de uma facção criminosa. Os corpos foram encontrados no porta-malas de um carro. Pela “lei do tráfico”, não são permitidos crimes na região para evitar a presença da polícia.
Três seguranças do supermercado foram presos.
Com informações da Agência Brasil.