O presidente eleito da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, 63 anos, afirma que o BC (Banco Central) “exagerou no remédio” ao iniciar, em março de 2021, um ciclo de alta da Selic. Com isso, a taxa básica de juros passou dos 2% para 13,75% ao ano em agosto de 2022.
Na visão do empresário, também houve erro da autarquia ao manter o percentual de 13,75% por 1 ano. O BC voltou a cortar a Selic em agosto de 2023 e a taxa, hoje em 12,75%, deve seguir em trajetória de queda.
O Copom (Comitê de Política Monetária) sinalizou que repetirá o corte de 0,5 ponto percentual da Selic na próxima reunião, em novembro. Alban, no entanto, avalia que o ritmo de queda dos juros básicos deve ser mais intenso.
“Então, falando sem nenhum tipo de preconceito, nenhum tipo de ideologia: eu tenho certeza que nós precisamos ter uma forma mais célere de reduzir a taxa de juros”, declara em entrevista ao Poder360.
Assista (4min12s):
Na 2ª feira (16.out), o mercado financeiro reduziu de 4,86% para 4,75% a estimativa da inflação para 2023, projetando que ela respeitará a meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) –de 3,25% e intervalo de tolerância que varia de 1,75% a 4,75%. Em setembro, a taxa atingiu 5,19% no acumulado de 12 meses.
SPREAD BANCÁRIO
“Comecei minha vida no sistema financeiro, em um grande banco internacional, um dos maiores do mundo. Naquela época, quando nós conseguíamos ter um spread bancário acima de 2%, 3% ao ano, isso era motivo de comemoração. Hoje, é inadmissível se pensar de um modo geral em um spread abaixo de 1% ao mês”, declara.
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Ele afirma que o spread está “absurdamente caro” e que é preciso ter uma “discussão séria” sobre o tema. Alban diz que abrirá “um diálogo muito forte” com o presidente da Febraban, Isaac Sidney, a partir de 1º de novembro.
“Pretendemos fazer uma discussão de convergência, de complementariedade”, acrescenta.
Assista à íntegra (43min44s):
POSSE NA CNI
Alban é egresso da Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), entidade que comanda desde 2014. O empresário também é sócio-diretor da Biscoitos Tupy (BVMF:TUPY3), tradicional fábrica de alimentos baiana fundada por sua família.
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