O Ministério das Relações Exteriores condenou “veementemente” o assassinato do chefe do Escritório Político do Hamas, Ismail Haniyeh. O líder foi morto em ataque em Teerã (Irã) nesta 4ª feira.
“O Brasil repudia o flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas, e reafirma que atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio”, disse o Itamaraty em nota.
A morte de Haniyeh foi comunicada pelo grupo extremista Hamas e confirmada pela Guarda Revolucionária do Irã, declarando que a morte ocorreu horas depois de o chefe ter comparecido à cerimônia de posse do novo presidente do país, Masoud Pezeshkian.
O Hamas culpou Israel, que não confirmou ser responsável pelo ocorrido. Entretanto, o perfil oficial de Tel Aviv no Facebook (NASDAQ:META) publicou uma imagem de Haniyeh com a palavra “eliminado” em sua cabeça.
“Eliminado: Ismail Haniyeh, líder do mais alto escalão do Hamas, foi morto em um ataque preciso em Teerã, Irã”, lia-se no texto que acompanhava a imagem. A publicação foi deletada, segundo Olive Enokido-Lineham, a jornalista da emissora Sky News.
Em nota oficial, o governo brasileiro afirmou que “tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza, ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns”.
Leia a íntegra:
“O governo brasileiro condena veementemente o assassinato do chefe do Escritório Político do Hamas, Ismail Haniyeh, ocorrido hoje, 31/7, em Teerã.
“O Brasil repudia o flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas, e reafirma que atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio. Tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza, ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns.
“O Brasil reitera o apelo a todos os atores para que exerçam máxima contenção, de modo a impedir que a região entre em conflito de “grandes proporções e consequências imprevisíveis, às custas de vidas civis e inocentes, bem como exorta a comunidade internacional para que envide todos os esforços possíveis com vistas a promover o diálogo e conter o agravamento das hostilidades.
“O governo brasileiro reitera que, para interromper a grave escalada de tensões no Oriente Médio, é essencial implementar cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, em cumprimento à Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
Esta reportagem foi produzida pela estagiária Evellyn Paola sob a supervisão da secretária de Redação assistente Simone Kafruni.