A parcela mais velha da população cresceu de forma acelerada no Brasil na última década. Dados do Censo Demográfico de 2022 mostram que há no país 37.814 pessoas com 100 anos ou mais. Houve uma alta de 67% nessa faixa etária ante o último levantamento, realizado em 2010. Os números de sexo e idade foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na 6ª feira (27.out.2023).
Em 2010, os centenários eram 22.676, ou seja, cerca de 15.000 a menos do que agora. À época, a população mais velha do país representava 0,01% do total. Atualmente, eles são 0,02% dos brasileiros. Em 2000, 24.576 tinham mais de 100 anos no país com então 169,9 milhões de habitantes.
A maior parte dos idosos com 100 anos ou mais são mulheres: 27.244 centenárias. O número de pessoas do sexo feminino na faixa etária é mais do que o dobro de homens com a mesma idade (10.570).
Isso pode ser explicado porque a expectativa de vida das mulheres é maior. Segundo o IBGE, a população feminina vive em média 80,5 anos, enquanto os homens, 73,6 anos.
Em geral, a expectativa de vida dos brasileiros é de 77 anos. A idade é referente ao ano de 2021 e não leva em consideração a mortalidade proporcionada pela pandemia da covid-19.
- Saiba se a sua cidade tem mais jovens, adultos ou idosos.
A Bahia é o Estado brasileiro com o maior número de pessoas com mais de 100 anos: 5.336 habitantes. É seguido por São Paulo (5.095) e por Minas Gerais (4.104). Já Roraima, Acre e Rondônia são as UFs (unidades federativas) com menos centenários. São 73, 142 e 147 respectivamente.
BRASIL ENVELHECE MAIS RÁPIDO
O Censo Demográfico de 2022 também mostra que o número de idosos com 65 anos ou mais no Brasil cresceu de forma acelerada na última década. Agora, são 22,2 milhões de pessoas nessa faixa etária –ante 14,1 milhões em 2010, no último levantamento.
As pessoas com 65 anos ou mais representam 10,9% da população brasileira. Esse é o maior percentual de idosos da história. Há 12 anos, eram 7,4%.
Os idosos se concentram no recorte etário de 65 a 69 anos. São 7,9 milhões de pessoas nessa faixa específica de idade. Aqueles com 80 anos ou mais são 4,6 milhões.
PIRÂMIDE ETÁRIA
A maior parte dos brasileiros (69,3%) tem de 15 a 64 anos: são 140,8 milhões de pessoas nessa faixa etária. Os mais novos, de 0 a 14 anos, são 40,1 milhões, o que representa cerca de 19,7% da população brasileira.
O índice de envelhecimento no país deu um salto. Passou de 30,7 no último Censo, em 2010, para 55,2 em 2022.
- índice de envelhecimento – representa o número de pessoas com 65 anos e mais de idade em relação a um grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos.
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BRASIL: 203 MILHÕES DE HABITANTES
O Brasil tem atualmente 203.080.756 habitantes. O número é diferente do anunciado pelo instituto em 28 de junho deste ano, na 1ª parte da divulgação dos dados, que havia contabilizado 203.062.512 de habitantes.
Depois de uma 2ª apuração, realizada de 29 de maio a 7 de julho, e consequente revisão dos dados, o IBGE acrescentou 18.244 novos habitantes ao total populacional do Brasil.
O IBGE está publicando o resultado do levantamento em etapas. A 1ª leva apresentou o número total da população, por municípios e Estados e o total de domicílios.
Nesta 6ª feira (27.out), foram divulgados dados referentes à idade e sexo. Outros recortes, como cor da pele e religião devem ser apresentados posteriormente.
ATRASO NO CENSO DEMOGRÁFICO
O Censo Demográfico é realizado a cada 10 anos e estava previsto para 2020, mas foi atrasado por causa da pandemia.
Em março de 2020, o IBGE anunciou o adiamento do levantamento para 2021 por conta da evolução de casos de covid no Brasil.
Em abril de 2021, o governo Bolsonaro adiou novamente a coleta de informações. O então secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que não havia recursos previstos no Orçamento.
Em janeiro de 2022, o STF determinou que o governo tomasse providências para realizar o Censo ainda naquele ano. Em agosto do ano passado os recenseadores saíram às ruas.
Inicialmente, a conclusão estava prevista para outubro. Foi adiada para meados de dezembro e, posteriormente, estendida para 2023. A pesquisa enfrentou dificuldades como a recusa de pessoas a responder o questionário. O ex-presidente do IBGE Roberto Olinto classificou esta edição do levantamento como uma “tragédia absoluta”.