O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deve julgar o acordo de compartilhamento de rede entre as operadoras Winity e a Telefônica Brasil, dona da Vivo, na próxima 4ª feira (13.set.2023).
Inicialmente, a Superintendência-Geral do Conselho tinha dado aval para o acordo, mas foram apresentados recursos à decisão, que forma acatados pelo conselheiro Sérgio Ravagnani, relator do caso.
Os recursos foram apresentados pelas associações Neo, Abrintel e Telcomp ainda em maio. Segundo documento protocolado pela Telcomp, a operação “aumenta a dominância da Telefônica no mercado de acesso às redes móveis” e apresenta “barreiras aos novos entrantes” no mercado. Eis a íntegra (PDF – 43 MB).
Em agosto de 2022, Winity e Telefônica celebraram uma parceria para compartilhamento da frequência de 700 MHz (mega-hertz), adquirida pela Winity no leilão do 5G em 2021.
Conforme os termos do acordo, a Vivo alugaria capacidade para atender cerca de 1.100 municípios por até 20 anos. Também poderia utilizar a infraestrutura da Winity para expandir a cobertura móvel até 2030. Em troca, a Winity assinou um contrato de roaming.
Acontece que a faixa de 700 MHz foi ofertada no leilão apenas para empresas entrantes. Como Vivo, Claro e TIM (BVMF:TIMS3) já detinham faixas nessa frequência, ficaram de fora do lote.
A Winity surgiu no leilão com a proposta de se tornar uma operadora de rede neutra, alugando o espectro adquirido para outras empresas de menor porte.
A empresa adotou uma estratégia agressiva no certame, ofertando R$ 1,42 bilhão pelo lote, quando o lance inicial era de R$ 300 milhões.