O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou neste domingo (3.set.2023) a celebração da semana da Pátria, simbolizada pelo 7 de Setembro, utilizando o verde e amarelo. As cores foram politizadas nos últimos 4 anos e representavam grupos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na campanha, que quer dar tom de pacificação à data, o Planalto projetou as cores na fachada do Congresso Nacional e de outros prédios da capital.
O tema da politização dos símbolos nacionais por Bolsonaro foi alvo de críticas do petista ao longo da campanha de 2022.
Em 6 de setembro daquele ano, Lula disse que seu adversário usava “a bandeira do Brasil para mentir” em uma propaganda eleitoral.
“O Brasil está completando 200 anos de independência, o 7 de Setembro é para ser comemorado com alegria e união por todos os brasileiros. Infelizmente, não é o que acontece hoje”, diz Lula durante a propaganda.
A propaganda começa sendo narrada pela atriz Marieta Severo. Ela diz que a bandeira “não é para quem propaga ódio”, nem de quem “quer armar o povo” ou de “racistas e preconceituosos”.
Em novembro de 2022, Lula voltou a criticar Bolsonaro pelo mesmo motivo. Ele compartilhou, nas redes sociais, vídeo homenageando a bandeira do Brasil. O material afirma que o símbolo nacional tem um único dono: “O povo brasileiro”.
“O verde e amarelo pertencem a todas as cores deste país. Nossa bandeira é pátria, mãe gentil. Ela é minha, é sua. Ela é a esperança. E vai voltar a tremular no alto no mundo, enchendo de orgulho o seu único dono. O povo brasileiro”, diz o narrador do vídeo.
O slogan usado no 7 de Setembro deste ano, “Democracia, soberania e união”, já aparecia em postagens de Lula em 2022.
Em publicação no X (ex-Twitter) em comemoração à Independência do Brasil, havia dito que tem “fé que o Brasil irá reconquistar sua bandeira, soberania e democracia”.
Estratégia petista para 2023
Como mostrou o Poder360, Lula quer usar o 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, para apresentar um discurso de pacificação do país, desvincular símbolos nacionais atrelados ao bolsonarismo e fazer um gesto de aproximação às Forças Armadas.
Parte dos militares aderiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu governo e, agora, Lula tenta aprimorar a relação com a caserna e reduzir a partidarização das forças. Em um evento essencialmente militar, o discurso em defesa da democracia visa justamente minimizar a adesão da categoria ao bolsonarismo, na avaliação do governo.
O movimento do governo contrasta com o momento em que militares são investigados pela participação nos atos extremistas do 8 de Janeiro. As apurações sobre possível venda de joias recebidas como presentes pelo ex-presidente também envolvem militares, como o seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.
Embora defenda um discurso de pacificação do país, Lula cita Bolsonaro frequentemente em seus discursos. O presidente costuma criticar o adversário político e atribuir a ele problemas sociais ou dificuldades econômicas que diz ter herdado.
O governo espera 30 mil pessoas na plateia do evento, que é organizado pela Secom (Secretaria de Comunicação Social). Foram convidadas 200 autoridades e acompanhantes. Não há, porém, previsão de presença de chefes de Estado de outros países. O desfile cívico será realizado na Esplanada dos Ministérios a partir das 9h. Terá 4 eixos temáticos:
- Paz e soberania;
- Ciência e tecnologia;
- Saúde e vacinação;
- Defesa da Amazônia.
O governo realizou neste sábado (2.set.2023) o ensaio do desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Foi um teste para as apresentações das tropas das Forças Armadas, do Corpo de Bombeiros e de blindados militares que desfilarão na próxima 5ª feira (7.set).
Sem ninguém no papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no tradicional Rolls Royce conversível em que ele passa em frente às tropas e desfila para o público, o carro cumpriu o percurso apenas com um motorista e o carona. Essa é a 9ª vez que Lula participa das comemorações como presidente, só em 2003 ele usou um carro fechado para desfilar.