A Costa Rica ofereceu asilo político a Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro), que concorreu contra Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) nas eleições de domingo (28.jul.2024). Ainda, à líder da oposição venezuelana, María Corina Machado. A opositora, entretanto, disse que seu lugar é em solo venezuelano, “continuando a luta” ao lado dos cidadãos do país.
“Fomos informados de que existem ordens de apreensão, prisão e captura contra María Corina Machado e Edmundo González na Venezuela”, disse o chanceler da Costa Rica, Arnoldo André Tinoco, em vídeo divulgado na 3ª feira (30.jul.2024). “Estamos dispostos a conceder asilo político, refúgio na Costa Rica, tanto a María Corina Machado quanto a Edmundo González e a todos os outros perseguidos politicamente na Venezuela, especialmente aquelas pessoas que estão se refugiando na embaixada argentina em Caracas”, completou.
Em seu perfil no X (ex-Twitter), María Corina agradeceu a oferta, mas rejeitou o asilo político. “Aprecio a generosa hospitalidade do governo da Costa Rica em reação à repressão brutal do regime de Maduro contra os cidadãos que defendem os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho”, escreveu.
“Nossa prioridade é a proteção dos nossos colegas requerentes de asilo na Embaixada da Argentina. Minha responsabilidade é continuar esta luta ao lado do povo. Da Venezuela, obrigado ao querido povo e ao governo da Costa Rica”, completou.
Os venezuelanos foram às urnas no domingo (28.jul) para escolher seu próximo presidente. Maduro se autoproclamou vencedor na 2ª feira (29.jul), mesmo com as dúvidas que pairam sobre o pleito. O CNE (Colégio Nacional Eleitoral) declarou a vitória de Maduro, com 51% dos votos. Edmundo González teria recebido 44% dos votos, segundo a autoridade eleitoral venezuelana, ligada ao governo atual. A oposição contesta o resultado e fala em fraude.
Desde o resultado, são registradas manifestações contra e a favor de Nicolás Maduro.
NICOLÁS MADURO
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, 60 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”.
Há também restrições descritas em relatórios da OEA (sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).