Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Em busca de se aproximar do eleitorado feminino, o presidente Jair Bolsonaro esteve nesta segunda-feira em um almoço apenas para mulheres, organizado pelo grupo Voto, e defendeu que em seu governo as mulheres conseguiram "quase tudo que queriam".
"Me rotulam como não gostar de mulheres, não gostar de um montão de coisa. Mas quando a gente vai para números é exatamente o contrário", disse. "Dentro do governo, o que vocês querem --e praticamente conseguiram quase tudo, falta pouca coisa-- é igualdade", disse Bolsonaro.
Duas pesquisas divulgadas nesta segunda-feira, BTG/FSB e Ipespe, confirmam a preferência do eleitorado feminino, que hoje é maioria, por outros candidatos. Na BTG/FSP, Bolsonaro tem apenas 24% das intenções de voto entre as mulheres, enquanto no geral chega a 31%. A distância para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a 22 pontos entre as mulheres.
Na Ipespe, o presidente tem 30% entre as mulheres, contra 35% no eleitorado em geral, e uma distância de 18 pontos para Lula no grupo feminino.
A necessidade de ganhar espaço no eleitorado feminino é um dos pontos centrais da campanha de Bolsonaro, e o presidente tem sido cobrado para falar nas ações do governo pelas mulheres. Além disso, há uma tentativa de aumentar a presença da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, nas ações de campanha.
Durante o lançamento oficial da sua candidatura, no domingo, o presidente já tentou essa aproximação com o eleitorado feminino. A primeira-dama foi quem fez o outro único discurso do dia, destacando ações do governo para as mulheres, e tentando passar uma imagem mais suave do marido.
Em seu discurso desta segunda, no evento para mulheres organizado pelo grupo Voto --empresa da empresária Karim Miskulin, simpatizante do presidente-- Bolsonaro voltou a defender ações como a entrega de títulos de terra e de pagamentos do Auxílio Brasil para as mulheres como uma ação do seu governo. Na verdade, os benefícios sociais tem sido pagos às mães desde sua criação, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Também em sua fala às mulheres do grupo Voto, Bolsonaro voltou a seu discurso tradicional de condenar o que chama de "ideologia de gênero" e foi aplaudido ao dizer que "a gente quer que Joãozinho fique Joãozinho e Mariazinha fique Mariazinha".