A China comemorou, no domingo (1º.out.2023), o seu Dia Nacional. As celebrações estendem-se até 8 de outubro, em uma das semanas de feriado chamadas de Golden Week (as outras duas ocorrem no início do ano e em maio). A ocasião testa o “retorno” do país à vida pós-pandemia.
O governo de Pequim implementou, a partir de 2020, medidas restritivas para tentar conter o avanço da covid-19. Além de fechar suas fronteiras, a China colocou em vigor a política de “covid zero”, em que regiões eram postas em isolamento quando os primeiros casos da doença eram identificados. As ações prejudicaram, entre outras coisas, a economia chinesa.
“Este feriado será um teste”, disse Fred Neumann, economista-chefe para a Ásia do HSBC, ao jornal Financial Times. “Não se trata apenas de ir a um restaurante e desfrutar de uma excelente refeição com os amigos; na verdade, trata-se de saber se haverá um pouco mais de gastos em eletrodomésticos e carros, até em apartamentos”, completou.
Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, a China espera triplicar o número de viagens nesta Golden Week em relação a do ano anterior, contando todas as deslocações para dentro e fora do país.
O número de viagens ferroviárias realizadas por passageiros chineses atingiu 20 milhões na 6ª feira (29.set), informou à Xinhua a China State Railway Group. Segundo a empresa, isso representa um número recorde de viagens de trens por dia.
Durante a temporada atual, que vai de 27 de setembro a 8 de outubro, o país deverá totalizar 190 milhões de viagens ferroviárias, afirmou a companhia. Na última Golden Week do Dia Nacional antes da pandemia, em 2019, foram 139 milhões.
O Ministério dos Transportes disse esperar que haja um recorde de tráfego rodoviário, totalizando 66 milhões de viagens. A agência de aviação civil estima 21 milhões de passageiros, entre destinos domésticos e internacionais.
“A China finalmente reabriu e estamos vendo essa recuperação completa”, disse à Xinhua Julia Simpson, CEO do Conselho Mundial de Viagens e Turismo.
A economia da China demonstra sinais de crescimento menor que o esperado em 2023. Ainda que o PIB (Produto Interno Bruto) do país asiático tenha um desempenho melhor que em 2022, será a 3ª menor taxa desde a década de 1990.
O país que já registrou 6 crescimentos anuais acima de 2 dígitos no século 21 está desde 2010 sem repetir um desempenho parecido. Os dados do 2º trimestre frustram as projeções dos economistas.
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