Governistas veem “jogo combinado” de Motta em pauta contra IOF

Publicado 25.06.2025, 11:10
© Reuters Governistas veem “jogo combinado” de Motta em pauta contra IOF

Governistas na Câmara dos Deputados avaliam haver “jogo combinado” na entrada na pauta da Casa Baixa do projeto que derruba o decreto do Planalto o decreto do governo que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) anunciou a agenda em seu perfil no X às 23h35 de 3ª feira (24.jun).

A análise da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de que a publicação cumpriu um papel de Motta pressionar o governo publicamente para acelerar uma solução com mais apelo com os deputados e acelerar a liberação de emendas, mas que não haverá votação do mérito.

O movimento também seria para reduzir a resistência da oposição à votação de duas Medidas Provisórias controversas, como a que altera do Fundo Social para que este possa ser usado no financiamento de habitação social.

Com o PDL pautado, a oposição ficaria mais confortável de votar os itens governistas. A descrença em uma análise logo nesta 4ª feira (25.jun) também se baseia em o projeto não ter relator nem parecer ainda. Passos obrigatórios para uma votação.

Na Câmara, entretanto, com um acordo prévio, seria possível designar um relator e acelerar os ritos, mas, em temas sem acordo, é improvável que esse trâmite anormal passe sem atritos.

Na tarde de 3ª feira (24.jun), o líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), esteve no Palácio do Planalto para se reunir com o presidente Lula e com a ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann. A a entrada do PDL na pauta deve ter sido um dos objetos da conversa.

A avaliação também seria de que o presidente da Câmara não usou o verbo “votar” em sua publicação. Apenas cita uma inclusão na pauta e a sutileza foi entendida pela base de apoio governista como um aviso, mas ainda sem risco de derrota iminente.

Depois do anúncio de Motta, O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou estar surpreso com a decisão. Ele questionou o fato de a sessão que analisará o tema não ser presencial: “Em sessão virtual? Esse é um assunto sério demais para o país”.

Segundo apurou o Poder360, a surpresa viria mais pela forma como Motta anunciou a decisão. Esperava-se que o deputado levasse a questão para uma reunião de líderes ou algo do tipo.

346 VOTOS CONTRA O GOVERNO

Em 16 de junho, os deputados aprovaram, por 346 votos a 97, o requerimento de urgência para o PDL.

Motta havia pautado a urgência depois de o Executivo publicar uma MP (medida provisória) que aumentou mais impostos e um decreto que revogou parte do reajuste do IOF, não sua totalidade. Houve insatisfação no Congresso.

Entre as medidas da MP, o governo quer taxar investimentos hoje isentos, como:

  • LCA (Letra de Crédito do Agronegócio);
  • LCI (Letra de Crédito Imobiliário).

SEM CLIMA PARA A MP

Congressistas de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falam em devolver o texto ao governo.

Uma das possibilidades cogitadas para compensar as perdas com o decreto do IOF seria usar as reservas de dividendos da Petrobras (BVMF:PETR4) (R$ 10,3 bilhões), do BB (BVMF:BBAS3) (R$ 2,5 bilhões) e do BNDES (R$ 16,1 bilhões).

Gleisi e os governistas têm dito que, se o decreto for mesmo derrubado e a MP rejeitada, uma das soluções seria contingenciar as emendas dos congressistas. A decisão tende a deteriorar ainda mais a relação entre o governo e o Congresso.

IMPACTO NAS CONTAS PÚBLICAS

O Ministério da Fazenda não divulgou uma estimativa oficial sobre quanto esperava arrecadar com o novo decreto do IOF. Haddad já sinalizou que deve ser em torno de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões em 2025.

Se não houver compensação, isso significa que o governo terá menos dinheiro para bancar a máquina pública. Terá que aumentar as restrições no Orçamento.

A equipe econômica tentou vender a ideia de que uma eventual contenção orçamentária poderia impactar o funcionamento do poder público.

Durante as negociações, disseram aos congressistas que poderiam ter efeitos nas emendas pagas a deputados e senadores.

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