O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) vai atuar na investigação de bloqueios em estradas no Estado de São Paulo realizadas por manifestantes pró-Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, 1, o Procurador Geral de Justiça estadual, Mauro Sarrubbo. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) considera que as manifestações estejam relacionados com a atuação de uma "organização criminosa" que atenta contra a democracia no País.
"Na visão do Ministério Público trata-se de uma organização criminosa que está atentando contra o Estado Democrático de Direito no Brasil", afirmou Sarrubbo durante entrevista coletiva concedida ao lado do governador Rodrigo Garcia (PSDB). Segundo ele, o MP trabalha junto da Secretaria de Segurança Pública do Estado para coordenar as ações.
Um núcleo de ação integrada foi criado, junto de promotores de justiça da Promotoria de Habitação e Urbanismo, que podem "tomar medidas cautelares no sentido de forçar desobstruções e também cobrar multas".
O MP-SP diz reconhecer alguns nomes dos organizadores dos protestos, que podem ser enquadrados em crimes estaduais, como atentado contra a segurança de transporte.
Uma reunião do núcleo de ação integrada será realizada na tarde desta terça e contará também com a participação do Ministério Público Federal de São Paulo.
Além de crimes estaduais, os manifestantes também podem ser acusados de crimes contra a segurança nacional, que ficam a cargo de investigação do MP Federal.
"Não vai ser um bloqueio feito por meia dúzia de arruaceiros que vai impedir a consolidação da democracia", afirmou Sarrubbo.
Protestos
Desde a noite de domingo, 30, manifestantes bolsonaristas realizam bloqueios de vias em diferentes regiões do País em protesto à vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde segunda-feira, 31, bloqueios começaram a ser realizados também em São Paulo, incluindo as principais rodovias do Estado e também em vias dentro da capital, como a Marginal Tietê e Pinheiros. Segundo o governador Rodrigo Garcia, já foram identificados mais de 90 pontos de interdição ao redor do Estado.