O candidato ao governo do Estado de São Paulo Fernando Haddad (PT) está confiante na virada sobre seu adversário Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas urnas no domingo. Ele atribui o bom desempenho ao debate da TV Globo, de ontem, e ao crescimento de três pontos porcentuais no interior do Estado na última pesquisa Ipec à divergência do destino da Sabesp (BVMF:SBSP3), empresa fornecedora de água, em relação a Tarcísio. Enquanto o petista quer manter a estatal, o ex-ministro de Infraestrutura planeja uma privatização, se eleito.
"Dialogamos um tema muito caro ao interior que é a água. Essa coisa da privatização da Sabesp é um absurdo. O mundo inteiro está reestatizando as empresas de fornecimento de água, porque deu errado. É um bem tão essencial que tem que ser mantido na esfera pública", afirmou Haddad à imprensa antes de uma carreata em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, na manhã desta sexta-feira, 28.
O ex-prefeito de São Paulo acredita não haver necessidade de privatizar a empresa. "A Sabesp tem capital aberto. Basta fazer parceria público privada, subconcessões e, eventualmente, empréstimos, para buscar a eficiência", completa. O petista disse ainda que desestatizar a Companhia "implicará, sem dúvida, em aumento da tarifa de água".
Haddad, ex-ministro da Educação, também cobrou, mais uma vez, explicações a Tarcísio sobre o caso Paraisópolis. Durante uma agenda de campanha, o candidato de Bolsonaro no Estado foi recebido com tiros na comunidade. O tiroteio levou à morte de Felipe da Silva Lima, de 27 anos, que já tinha passagem pela polícia. Há ainda acusações de que Tarcísio teria pedido ao repórter cinematográfico da Jovem Pan para apagar as imagens do tiroteio.
"Esperava que a atitude do Tarcísio fosse outra, que ele fosse lamentar a atitude da equipe e fosse batalhar para que as questões fossem elucidados. Afinal de contas, é preciso dar satisfação para a opinião pública do que aconteceu. Esperava da parte dele uma postura mais firme em relação a transparência ao apoio das investigações e apoio ao jornalista que acabou desligado da Jovem Pan", cobra Haddad.
Sobre possíveis casos de violência política no dia do segundo turno das eleições, Haddad diz não saber qual será o comportamento de Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, que vem tecendo ataques à segurança das urnas eletrônicas ao longo da campanha eleitoral.
"Bolsonaro é errático e ciclotímico. Tem horas que ele está eufórico e manda comprar armas. Tem horas que ele se deprime e diz que vai aceitar o resultado. Então não sabemos em que parte do ciclo ele vai estar no domingo. Ele pode estar na alta da euforia estimulando a violência ou na baixa da depressão recolhido em casa", afirma.