Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - Em nova rodada após os eventos do 7 de Setembro, pesquisa do instituto Ipec divulgada nesta segunda-feira registrou uma variação positiva de 2 pontos percentuais para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chegou a 46% das intenções de voto, e estabilidade para o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que manteve 31%.
Realizada entre os dias 9 e 11 de setembro, a sondagem ocorre depois dos atos organizados para comemorar o Bicentenário da Independência, intensamente transmitidos por veículos de comunicação e replicados na internet. Embora tivessem natureza institucional, cívica e militar, os eventos ganharam ar eleitoral. Ainda assim, não parecem ter surtido efeito positivo para o candidato.
Divulgada na última segunda-feira, pesquisa anterior trazia Lula estável no patamar de 44% que já vinha registrando, e Bolsonaro oscilando um ponto negativamente para 31% dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais.
A sondagem também avaliou um possível cenário de segundo turno e apontou que o petista venceria a disputa com uma vantagem de 17 pontos percentuais --há uma semana, essa distância era de 16 pontos.
Lula passou de 52% para 53%, e Bolsonaro, que registrava 36% há uma semana, manteve o mesmo percentual.
A pesquisa apontou ainda a possibilidade, dentro da margem de erro, de Lula liquidar a disputa já no primeiro turno. O pestista conta com 51% dos votos válidos, quando são descartados os brancos e nulos. Há uma semana, ele contava com 50%.
REJEIÇÃO E AVALIAÇÃO DE GOVERNO
Bolsonaro lidera quando o assunto é rejeição e, segundo o Ipec, metade do eleitorado brasileiro --50%-- declara que não votará no presidente "de jeito nenhum". Na última pesquisa, esse percentual era de 49%. A rejeição a Lula bate os 35%. Na segunda passada, eram 36%.
No chamado segundo pelotão, com pontuação bem distante dos dois líderes, o Ipec registrou Ciro Gomes (PDT) com 7%, ante 8% na última sondagem. A senadora Simone Tebet (MDB) manteve seus 4% já apurados na rodada anterior. Os dois estão empatados dentro da margem de erro.
Os entrevistados que pretendem votar em branco ou nulo no primeiro turno correspondem aos mesmos 6% da semana passada, enquanto indecisos ou aqueles que não responderam passaram a 4%, contra 5% na sondagem prévia.
Segundo o Ipec, Lula segue com melhor desempenho entre as pessoas com renda de até um salário mínimo, beneficiários de programa de distribuição de renda do governo federal e os com ensino fundamental. Também tem a preferência dos que se declaram pretos e pardos, católicos e entre os entrevistados que avaliam negativamente a gestão Bolsonaro, além do eleitorado nordestino.
O atual presidente continua melhor entre os eleitores de sexo masculino, no estrato evangélico e com renda superior a 5 salários mínimos. Aqueles com ensino médio, os que vivem nas regiões Sul e Centro-Oeste e os que têm avaliação positiva da gestão também estão entre os recortes em que Bolsonaro vai bem.
O Ipec também levantou a avaliação de governo. A administração é avaliada como ruim ou péssima por 45%, contra 43% na semana passada. A parcela dos que a avaliam como ótima ou boa mantém-se estável em 30%. Outros 23% avaliam o governo como regular --na segunda-feira passada, eram 25%.
Liderado por ex-integrantes do Ibope Inteligência, o Ipec
entrevistou presencialmente 2.512 eleitores em 158 municípios.