Por Steven Grattan
SÃO PAULO (Reuters) - Líderes da América Latina parabenizaram no domingo Luiz Inácio Lula da Silva pela conquista de um terceiro mandato como presidente do Brasil, consolidando uma "maré rosa" de líderes de esquerda eleitos na região.
A vitória de Lula sobre o presidente Jair Bolsonaro deixa o Brasil junto de Colômbia, México, Argentina, Chile e Peru em um bloco de esquerda crescente.
"Viva Lula", tuitou o colombiano Gustavo Petro, que em junho foi eleito o primeiro presidente de esquerda de seu país.
O presidente argentino, Alberto Fernández, disse no Twitter que a “vitória (de Lula) abre um novo tempo para a história da América Latina. Um tempo de esperança e de futuro que começa hoje mesmo".
Lula derrotou Bolsonaro em uma disputa acirrada. Em sua primeira fala depois de ser anunciado como presidente eleito do país, Lula prometeu que a partir de 1º de janeiro irá "governar para todos" e colocou novamente o combate à fome como sua prioridade número um de governo.
Uma maré rosa foi descrita pela primeira vez como uma onda de governos de esquerda que surgiram no início dos anos 2000, começando com Hugo Chávez na Venezuela e Evo Morales na Bolívia, além do próprio Lula. Os países na década seguinte viraram para a direita.
Mas a maré rosa voltou à medida que a inflação em alta e o impacto da pandemia de Covid-19 levaram os eleitores frustrados na América Latina a abandonar os partidos tradicionais e seguir promessas de maiores gastos sociais.
"Parabéns irmão", escreveu o presidente boliviano, Luis Arce. "Sua vitória fortalece a democracia e a integração na América Latina."
"A democracia venceu hoje no Brasil", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cujos laços com Lula foram frequentemente citados por Bolsonaro para questionar o compromisso do PT com a democracia.
"Viva os povos decididos a ser livres, soberanos e independentes."