Por Lisandra Paraguassu
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno da eleição presidencial neste domingo, em seu segundo discurso após seu trunfo eleitoral e disse que até aquele momento não havia recebido um telefonema do rival reconhecendo o resultado das urnas.
"Vocês sabem que a gente vai ter que ter um governo para conversar com muita gente que está com raiva. Em qualquer lugar do mundo o presidente derrotado já teria ligado para mim reconhecendo a derrota. Ele até agora não ligou, não sei se vai ligar e não sei se vai reconhecer", disse Lula a apoiadores de cima de um palanque na Avenida Paulista, cerca de quatro horas após o anúncio de sua vitória.
Pouco antes, em discurso lido para a imprensa em um hotel da região central da capital paulista, Lula foi mais comedido em relação a Bolsonaro, embora tenha afirmado que não enfrentou um candidato, mas a máquina do Estado, na campanha.
Lula disse que sua posse em 1º de janeiro de 2023 significará a volta da democracia e da liberdade e o fim do autoritarismo.
O petista afirmou ainda que precisará saber se Bolsonaro fará uma transição de governo a partir de segunda-feira e afirmou que descansará por dois dias para, então, começar a formular a equipe de seu terceiro mandato na Presidência, fato inédito nos períodos democráticos no país.
Ele também disse que seu governo terá a cara de sua vitória, lembrando os partidos, os movimentos sociais e entidades que o apoiaram na campanha.
(Reportagem adicional de Eduardo Simões)