O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em reunião ministerial nesta 5ª feira (8.ago.2024) que quer discutir com os ministros uma “solução pacífica” para a questão envolvendo as eleições venezuelanas.
“O companheiro Mauro [Vieira] vai explicar um pouco a questão do G20, como é que está a organização do G20, porque nós queremos que todos os ministros estejam envolvidos, e também falar um pouco das celeumas que nós estamos encontrando aí para encontrar uma solução pacífica para as eleições da Venezuela. É muito importante”, afirmou Lula no Palácio do Planalto.
Assista (52s):
O Poder360 transmitiu ao vivo a reunião ministerial no Planalto.
GOVERNO LULA E AS ELEIÇÕES NA VENEZUELA
O governo Lula tem evitado se posicionar sobre o tema de maneira incisiva. Na 4ª feira (7.ago), o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim, disse não confiar nas atas divulgadas pela oposição ao presidente Nicolás Maduro.
Um dia depois das eleições na Venezuela, Lula disse que “não há nada de grave, de anormal” no processo eleitoral do país vizinho. “Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a 3ª Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e a Justiça faz”, declarou o petista.
Depois de sua declaração, o governo brasileiro junto com os governos mexicano e colombiano divulgaram uma nota reforçando a cobrança à Venezuela para que os dados dos comprovantes das urnas de votação sejam publicados de forma desagregada e que seja permitida a verificação imparcial dos resultados.
Em 28 de julho, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão responsável pelas eleições na Venezuela, divulgou que o atual presidente Nicolás Maduro obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González, de centro-direita.
A oposição contesta os números, alegando uma vitória de González com mais de 67% dos votos, enquanto Maduro teria recebido 30%. Tanto a oposição quanto observadores internacionais têm criticado a falta de clareza na contagem dos votos. A exigência é por mais transparência no processo eleitoral do país.