O presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira, 7, no Rio de Janeiro, que "nenhuma mulher quer namorar um ajudante geral". A declaração ocorreu durante discurso na cerimônia de lançamento da pedra fundamental do campus do Instituto Federal do Rio no Complexo do Alemão.
Ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e de ministros do governo, como Anielle Franco (Igualdade Racial) e Camilo Santana (Educação), o chefe do Executivo discursava sobre a importância dos jovens se profissionalizarem.
"Se a gente não tiver uma profissão, vai ser ajudante geral. E ajudante geral não ganha nada. Nenhuma mulher quer namorar com um cara que mostra a carteira de trabalho: 'qual é sua profissão? Ajudante geral'. A mulher fala: 'pô, cara, nem uma profissão você tem, para levar arroz e o feijão no final do mês...' Então, tem que estudar", disse Lula.
O petista destacou ações do governo federal e investimentos na educação durante o seu terceiro mandato e disse que pretende construir mais 100 Institutos Federais de educação (IFs) em todo o País. "Estou investindo para tirar essa meninada da rua, da bala perdida, do crime organizado".
No evento, ele anunciou a construção de dois IFs, um na Cidade de Deus, também na Zona Oeste, e outro no Complexo do Alemão, conjunto de favelas na Zona Norte da capital fluminense. Em cada uma das duas novas unidades da capital serão investidos R$ 15 milhões. Os terrenos serão cedidos pela Prefeitura do Rio e os recursos estão previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
Só no Rio, o governo federal planeja construir de institutos federais (IFs) em seis locais: nas cidades de Magé, Belford Roxo, São Gonçalo e Teresópolis, além das duas comunidades carentes da capital. As 100 novas unidades planejadas para o País consumirão um total de R$ 3,9 bilhões a serem repassados pela União.
Lula voltou a se queixar do fato de que investimentos em educação no Brasil serem comumente encarados como gasto.
"Durante muito tempo nesse país, educação para o povo humilde e necessitado nunca foi levada a sério. No Brasil, colocar dinheiro na educação é considerado gasto. Quando precisa aumentar salário de professor, fazer sala de aula, melhorar escola não é investimento, é gasto. É uma visão que só serve para desmoralizar o serviço público", disse Lula.
Tempo integralSegundo o mandatário, o atual governo "se rendeu" ao projeto do ex-governador do Rio, Leonel Brizola, e do antropólogo Darcy Ribeiro, e vai investir pesadamente em escolas de tempo integral, onde crianças tenham acesso não só aos conteúdos programáticos, mas também à "alimentação, esporte e música". Em discurso minutos antes, o ministro da Educação, Camilo Santana, havia dito que haverá prioridade nos recursos do Novo PAC para a construção de escolas nesse formato.
Lula voltou a dizer que o papel do estado não é atender ao megaempresário, mas sim à parcela da população que precisa de assistência em educação e saúde. Ele fez as afirmações na cerimônia de inauguração do Ginásio Educacional Olímpico Isabel Salgado, que também abriga uma escola municipal, no Parque Olímpico da Barra, zona oeste do Rio.