O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamará representantes do setor de varejo e do agronegócio para discutir a alta de preços dos alimentos nos próximos dias. Segundo apurou o Poder360, o Planalto quer evitar medidas ineficazes e pede para estarem alinhadas com a realidade prática.
O governo está mobilizado com a questão e vai reunir sua equipe econômica e alimentícia na 6ª feira (24.jan.2025). Devem participar os ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura), Fernando Haddad (Fazenda) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
O encontro, que deve ser realizado na Granja do Torto, em Brasília, às 9h, será para apresentar o conjunto de medidas para baratear os alimentos ao chefe do Executivo.
Este jornal digital apurou que a ideia é sair com um plano de ação para a próxima semana. O anúncio público, entretanto, só deve sair depois da reunião com representantes do setor alimentício.
A avaliação do governo e da equipe econômica é de que a alta dos preços dos alimentos foi puxada por múltiplos fatores, como a alta do dólar.
A moeda norte-americana está saindo de uma sequência de cotação acima de R$ 6,00. O dólar comercial fechou com queda de 0,34% nesta 5ª feira (23.jan), aos R$ 5,93. É a menor cotação desde 27 de novembro (R$ 5,91).
Os aliados do presidente buscam que as alternativas evitem impacto fiscal. Alguns entendem, entretanto, que o impacto 0 é muito difícil.
PREÇOS DE ALIMENTOS
A inflação de alimentos em domicílios atingiu 8,23% em 2024. A taxa desacelerou em dezembro no acumulado de 12 meses depois de ter uma longa sequência de alta ao longo de ano passado.
A alta de preços dos produtos do setor foi um dos motivos para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ter ficado de fora da meta do BC (Banco Central), que é de 3%, com tolerância de até 4,5%. A inflação fechou 2024 a 4,83%.
O Poder360 já mostrou que as carnes tiveram forte impacto na inflação do Brasil. Subiram 20,84% em 2024 e aumentaram a inflação em 0,52 ponto percentual.
Além das carnes, a inflação de alimentos em domicílios foi impactada pelo encarecimento do café moído (+39,60%), do leite longa vida (+18,83%) e das frutas (+12,12%).