Um relatório divulgado pela Nasa nesta 5ª feira (14.set.2023) indica não haver evidências de que UAPs (fenômenos anômalos não identificados, na sigla em inglês) sejam extraterrestres. O relatório começou a ser produzido em maio de 2022 por um grupo independente de 16 especialistas convidados pela agência. Eis a íntegra (PDF – 9 MB, em inglês).
A Nasa, agência espacial dos EUA, define UAP como “observações de eventos no céu que não podem ser identificados” como aeronaves ou fenômenos naturais conhecidos cientificamente.
Atualmente, segundo a agência norte-americana, há um número limitado de observações de alta qualidade de ovnis, o que impossibilita tirar conclusões científicas sobre sua natureza.
De acordo com o relatório, a IA (inteligência artificial) e o machine learning são “ferramentas essenciais para identificar ocorrências raras, especialmente incluindo UAPs”. No entanto, o documento afirma que as tecnologias só funcionam quando combinadas a “dados bem detalhados coletados respeitando padrões rígidos”.
O estudo afirma ainda que a Nasa vai explorar maneiras de viabilizar a participação da população na coleta de informações sobre os fenômenos por meio de aplicativos para smartphones e sensores móveis.
Além disso, os especialistas falaram sobre as dificuldades para coletar dados de UAPs como, por exemplo, a percepção negativa a respeito do assunto. “O envolvimento da Nasa [nas pesquisas] trará um papel importante para reduzir o estigma negativo associado a relatórios sobre UAPs […]. O apoio popular de longa data à Nasa é crucial para desestigmatizar os relatórios”, diz o grupo norte-americano.
Em pronunciamento a jornalistas, o diretor da Nasa, Bill Nelson, afirmou que a agência nomeou um diretor para desenvolver e implementar pesquisas sobre UAPs. “Usaremos nossos conhecimentos para trabalhar com outras agências federais para analisarmos UAPs. Usaremos IA e machine learning para investigar anomalias aéreas”, disse. No entanto, não foi divulgado o nome do novo diretor ou o valor que será destinado aos estudos.
Em 2 de setembro, o Departamento de Defesa dos EUA lançou um site para divulgação de informações públicas sobre ovnis. Em nota, o Pentágono afirmou estar “comprometido com a transparência e com o povo norte-americano”.
SESSÃO NO CONRESSO
Em audiência pública do Congresso do EUA em 26 de julho, o ex-oficial de inteligência da Força Aérea dos Estados Unidos David Grusch declarou que o governo norte-americano mantém ovnis (objetos voadores não identificados) de origem alienígena ou desconhecida e que material “não-humano” foi recolhido.
O objetivo da audiência é investigar ovnis e fenômenos aéreos não identificados (UAP, sigla em inglês para Unidentified Aerial Phenomena). Grusch é considerado a principal testemunha no caso.
Além dele, a comissão também ouviu Ryan Graves, ex-piloto da Marinha, e David Fravor, comandante aposentado da Marinha.
Graves declarou ter presenciado fenômenos aéreos não identificados na costa leste dos Estados Unidos “todos os dias por pelo menos alguns anos” e que o “céu está cheio de ovnis” enquanto eles falavam em audiência pública.
Fravor deu detalhes da ocasião em que disse ter avistado um ovni durante missão de treinamento em 2004. Afirmou que o objeto não identificado “era muito superior a qualquer coisa que tínhamos na época, temos hoje ou pretendemos desenvolver nos próximos 10 anos”.