O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) estimou que a demanda de energia elétrica no Brasil aumente em 6,2% em outubro deste ano no comparativo com o mesmo mês em 2022. O número poderá ser recorde para outubro na série histórica iniciada em 2000. As informações são de boletim do PMO (Programa Mensal de Operação) publicado na 6ª feira (29.set.2023).
Segundo o órgão, uma possível continuidade da onda de calor que atingiu grande parte do Brasil em setembro é um dos motivos para o crescimento de consumo de energia elétrica. É esperado que a carga no SIN (Sistema Interligado Nacional) em outubro fique em 77.474 MWmed (megawatts médio). Eis a íntegra do relatório (PDF – 877 kB).
Eis abaixo a estimativa de alta de crescimento da carga para cada região do Brasil ante outubro de 2022:
- Norte: 10,6% (7.700 MWmed);
- Sul: 7,3% (12.940 MWmed);
- Sudeste/Centro-Oeste: 6,2% (44.144 MWmed); e
- Nordeste: 3,0% (12.690 MWmed).
O diretor-geral da ONS, Luiz Carlos Ciocchi, afirmou que a resposta do SIN ao crescimento no período de forte elevação da demanda por carga foi “positiva” e garantiu o atendimento.
“Estamos atentos aos próximos meses, em especial o período do verão, cujas temperaturas médias devem ser mais elevadas. Mesmo assim, temos um cenário geral favorável, com os reservatórios em bons níveis”, afirmou.“A perspectiva é que, quando entrarmos na estação chuvosa, estaremos numa situação bem mais confortável que a de anos anteriores”, disse.
O ONS também informou que, se confirmada a estimativa de EAR (Energia Armazenada) de 66,% no subsistema Sudeste/Centro-Oeste para o final do próximo mês, “será o melhor outubro desde 2009 (69,2%) e 17 p.p. superior a outubro de 2022”. Isso porque o conjunto abarca 70% dos principais reservatórios para o SIN.
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CONSUMO DE ENERGIA CRESCEU 4,2%
Dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) mostram que a onda de calor que se instalou sobre o país em setembro provocou um aumento de 4,2% no consumo de energia elétrica nas 2 primeiras semanas do mês na comparação com o mesmo período em 2022.
No mercado regulado, as distribuidoras de energia, que abastecem residências e pequenas empresas, perceberam uma demanda de 41.442 megawatts médios na 1ª metade de setembro. É o consumo mais alto desde março.
Foi o 2º maior avanço de 2023 nesse segmento, só perdendo para o consumo de agosto. Com o calor intenso neste ano, aumenta a utilização de equipamentos de refrigeração, como ar-condicionado, que puxa mais energia.
A demanda tende a ser maior com o fechamento do mês, visto que a onda de calor se intensificou no país a partir de 17 de setembro, segundo o MetSul. No período, as temperaturas ultrapassaram 40°C em algumas regiões do país. O ONS estimou um aumento de 5,8% na carga do SIN para setembro como um todo, por causa do calor.