A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta 4ª feira (20.set.2023) 3 ações de combate a esquemas criminosos de mineração ilegal em terras indígenas no Brasil. Ao todo, as operações cumprem 5 mandados de prisão e 45 de busca e apreensão no DF e em 8 Estados do país: Roraima, Goiás, Amazonas, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pará.
Em Manaus (AM), onde a Operação Emboabas foi anunciada, a PF identificou indícios de contrabando de ouro para a Europa depois de prender em flagrante uma pessoa com 35 kg de ouro. O suspeito pretendia entregar o pacote a 2 norte-americanos, sócios de uma empresa em Nova York. A polícia cumpriu 2 mandados de prisão no caso, além de 16 de busca.
Segundo a corporação, uma organização criminosa adquire ouro de terras indígenas e leitos de rios com o uso de dragas a fim de fraudar as pedras extraídas. Um dos envolvidos no esquema de ilicitude afirma ter mais de R$ 20 bilhões em barras de ouro.
Já a Operação Lupi, deflagrada em Palmas (TO), cumpriu 5 mandados de busca e apreensão e 1 de prisão em Anápolis (GO) e Manaus (AM). As ações anunciadas dão continuidade à investigação de outra organização criminosa dedicada à extração, comercialização e exportação ilegais de ouro extraído de reservas indígenas e unidades de conservação federal.
A partir das medidas executadas nesta 4ª feira (20.set), a Polícia Federal pretende identificar os principais envolvidos na exportação do ouro ilegal, quais são outros integrantes da organização criminosa, recuperar ativos financeiros e encerrar a atuação do grupo, que também é suspeito de lavagem de dinheiro.
Por fim, em Boa Vista (RR), a PF deflagrou a operação Eldorado. Por meio dela, a corporação cumpriu 2 mandados de prisão preventiva e 40 de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, Goiás e Distrito Federal. A ação também investiga a atuação de suspeitos em contrabando e venda de ouro extraído em garimpos ilegais. Segundo a apuração, o esquema criminoso já teria movimentado R$ 6 bilhões.
A suspeita é de que o grupo receberia ouro enviado clandestinamente da Venezuela por meio da fronteira com o Brasil, dentro de caminhões de comida, sem pagar impostos e sem os devidos registros. As pedras seriam, então, compradas por outros integrantes do esquema e enviadas para empresas atuantes no ramo de exploração de ouro.
Segundo o inquérito, os principais investigados no esquema também teriam envolvimento com a exploração clandestina do minério em Terras Indígenas Yanomami e em garimpos espalhados em outros Estados brasileiros.