A forte seca no Amazonas agora afeta a todos os 62 municípios do Estado, segundo o boletim divulgado pela Defesa Civil estadual na 5ª feira (26.out.2023). São 60 os municípios que estão em “situação de emergência”. Outras 2 cidades, Presidente Figueiredo e Apuí, estão em “estado de alerta”.
Até este sábado (28.out.2023), foram afetadas pela seca deste ano 616 mil pessoas e 154 mil famílias.
Segundo o boletim, no período de janeiro a 25 de outubro de 2023 foram registrados 18.170 focos de calor no Estado, dos quais 2.500 ocorreram na região metropolitana de Manaus. Só em outubro, foram 3.368 focos de calor, mais do que o dobro do mesmo período de 2022, quando foram registrados 1.335 focos de calor.
A Defesa Civil disse ainda que, de 12 de julho a 25 de outubro deste ano, o Corpo de Bombeiros combateu 2.482 incêndios: 710 em Manaus e 1.772 no interior do Estado.
Na capital, Manaus, a seca é a pior registrada em 121 anos. A cota do rio Negro na 6ª feira (27.out.2023) se manteve em 12,7m, a menor já registrada desde 1902, quando começaram as medições do volume do rio. O recorde de alta já medida foi de 30 metros, em 16 de junho de 2021.
O cenário ocorre quando se intensifica o fenômeno El Niño, caracterizado pelo enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) e pelo aquecimento anormal das águas superficiais da porção leste da região equatorial do Oceano Pacífico.
As mudanças na interação entre a superfície oceânica e a baixa atmosfera ocorrem em intervalos de tempo que variam de 3 e 7 anos e têm consequências no clima em diferentes partes do planeta. Isso porque a dinâmica das massas de ar no Oceano Pacífico adota novos padrões de transporte de umidade, afetando a temperatura e a distribuição das chuvas.
Com informações da Agência Brasil.