Bitcoin se mantém acima dos US$ 110 mil em meio a otimismo macroeconômico
O secretário especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) da Casa Civil da Presidência da República, Marcus Cavalcanti, disse nesta 5ª feira (23.out.2025) que o setor produtivo brasileiro precisa “falar mais alto” do que a Faria Lima, para reivindicar, “com mais força”, a solução para as necessidades do setor.
“O setor produtivo tem que ter uma voz mais forte do que nossos amigos da Faria Lima. Se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, der uma entrevista falando sobre uma medida, à noite todos os telejornais terão algum economista, de um fundo de investimento qualquer desses aí, falando contra a medida”, afirmou durante a cerimônia de abertura do 12º Encontro ATP (Associação de Terminais Portuários Privados).
A fala do secretário se insere em um contexto de debates sobre como estimular investimentos produtivos em meio a juros ainda elevados. A Selic está atualmente em 15% ao ano, o que encarece empréstimos e financiamentos, reduzindo a atratividade de projetos de longo prazo, como a construção de ferrovias, portos e indústrias.
“Ferrovias são obras de longo prazo, demoram, nós temos uma taxa de juros alta, mesmo que ela esteja caindo”, destacou Cavalcanti.
O PPI, órgão que ele coordena, é responsável por articular concessões, leilões e privatizações de ativos públicos, buscando atrair capital privado para projetos de infraestrutura e energia. Uma Selic elevada, segundo Cavalcanti, interfere diretamente no sucesso desse trabalho, dificultando a viabilidade financeira de novos investimentos.
A declaração do secretário acompanha o tom adotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem criticado o peso do mercado financeiro nas decisões de política econômica.
No sábado (18.out), Lula citou a Faria Lima ao defender a expansão do programa Pé-de-Meia, que concede incentivos financeiros para estudantes de baixa renda do ensino médio.
“Nós precisamos aprovar a universalização do Pé-de-Meia para que todas as pessoas possam ter o direito de estudar. É difícil. A Faria Lima vai brigar com a gente. Mas nós não estamos gastando, estamos investindo na sobrevivência da nossa juventude”, declarou Lula a estudantes que participaram de um aulão para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.