O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que o país vai entrar no NDB (sigla em inglês para Novo Banco de Desenvolvimento), mais conhecido como Banco dos Brics. “Dei ordem ao vice-presidente executivo para tomar todas as medidas necessárias para que a Venezuela ingresse”, declarou o venezuelano em discurso na província de Shandong (China) nesta 2ª feira (11.set.2023).
Maduro falou sobre sua visita à sede do banco, 1 dia antes, em Xangai. A instituição é chefiada pela ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff (PT). O líder venezuelano definiu a petista como uma “amiga” e disse que foi ótimo reencontrá-la.
A fala de Maduro foi compartilhada no perfil da Presidência venezuelana no X (ex-Twitter).
“Visitamos o magnífico e imponente edifício que é a sede do novo banco dos Brics e lá encontramos uma grande amiga da Venezuela, a presidente Dilma Rousseff”, disse Maduro. Ele declarou que não vê a brasileira pessoalmente desde 2016.
Maduro disse que o seu país também começou as negociações para entrar no próprio Brics. O grupo é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Temos a certeira esperança […] de que muito em breve a Venezuela vai entrar no Brics como integrante pleno.”
Assista (1min56s):
O Brics está em expansão. No fim de agosto, líderes do bloco anunciaram que mais 6 países vão integrá-lo em 2024. São eles: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já se mostrou favorável à entrada da Venezuela no grupo das economias emergentes quando recebeu Maduro no Brasil em maio.
Maduro está na China desde 6ª feira (8.set.2023) para uma viagem com duração de 6 dias. O objetivo é estreitar relações bilaterais. Foi ao país asiático na semana da cúpula do G20 –grupo que reúne as principais economias do mundo mais a União Europeia– que foi realizada em Nova Délhi (Índia).
QUEM É MADURO
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, 60 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”. Há também restrições descritas em relatórios da OEA (sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).