O X (ex-Twitter) foi acusado de auxiliar a Arábia Saudita a cometer violação de direitos humanos contra usuários da plataforma no país. Segundo uma reportagem do Guardian, publicada nesta 2ª feira (4.set.2023), a rede social enfrenta um processo civil nos Estados Unidos sobre a questão.
A ação, movida em maio deste ano, indica que rede social contribuiu para detenção e tortura de críticos do governo saudita. O processo foi aberto por Areej al-Sadhan, irmã de Abdulrahman, um ativista humanitário saudita que desapareceu e depois foi condenado a 20 anos de prisão.
Segundo o Guardian, o processo está relacionado a episódios de 2014 e 2015, quando o então Twitter era comandado por Jack Dorsey. A suspeita é que, na época, 3 agentes sauditas se passaram por funcionários da rede social.
O caso resultou na prisão de Abdulrahman e expôs a identidade de usuários anônimos do Twitter —“alguns dos quais foram detidos e torturados como parte da repressão do governo do país”, diz a reportagem.
Novas acusações foram acrescentadas na ação pelos advogados de Areej al-Sadhan na semana passada. De acordo com o processo, Dorsey teria auxiliado os agentes sauditas por causa de questões financeiras e para manter laços com o governo do país.
O texto afirma ainda que a rede social havia sido vista como uma plataforma crítica para os movimentos democráticos sauditas durante a Primavera Árabe. Por isso, se tornou uma fonte de preocupação para o governo da Arábia Saudita em 2013.
Na 3ª feira (29.ago.2023), a organização internacional Human Rights Watch repudiou a condenação de Muhammad al-Ghamdi à pena de morte determina por um tribunal saudita em 10 de julho deste ano. Ele foi julgado por fazer publicações no X críticas ao governo saudita.
“As autoridades sauditas deveriam anular o veredito, que representa uma escalada da repressão do governo saudita à liberdade de expressão e à dissidência política pacífica no país”, afirmou a organização internacional.