Investing.com - As ações da Americanas (BVMF:AMER3) (OTC:BTOOY) subiam 9% às 11h49 (de Brasília) desta sexta-feira, 20, cotadas a R$1,09, após a companhia entrar em recuperação judicial. O pedido à justiça do Rio de Janeiro foi realizado ontem, assim como o deferimento.
Os ativos chegaram a abrir em queda, abaixo de R$1, o que seria considerado uma “penny stock”. As ações serão excluídas dos índices da B3 (BVMF:B3SA3), incluindo o Ibovespa, após o fechamento do pregão.
Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos, avalia que a companhia vive situação parecida com a Oi (BVMF:OIBR3). “Ela começa a negociar como penny stock, a R$1 para menos, o que traz oscilações muito grandes ainda. Além disso, títulos das Americanas seguem caindo, gera uma apreensão muito grande de quem tem esses títulos para receber. Para o investidor, seja em dívida ou com ação, é momento muito ruim ter qualquer coisa relacionada à empresa”, acredita.
Possíveis impactos
O setor varejista deve ser acompanhado “com lupa” a partir do mês que vem, quando devem ser divulgados os balanços referentes ao quarto trimestre de 2022. Os investidores devem indagar às concorrentes durante os calls com dirigentes sobre quais as estratégias contábeis que vem sendo utilizadas, em meio ao receio de que a prática não seja padrão apenas em uma empresa. Em relação a possíveis beneficiadas com a crise da Americanas, o especialista diz que “Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) teve desempenhos bons nos últimos anos, e o investidor tem tendencia de enxergar copo meio cheio”.
Em relação a bancos credores, Cruz afirma que as magnitudes da dívida da Americanas não são grandes o suficiente para impactar balanços. O BTG (BVMF:BPAC11), que foi mais enfático na briga com a varejista, pode ter ações mais pressionadas, mas já passa por momentos desafiadores, na opinião do estrategista.
Enquanto isso, a Ambev (BVMF:ABEV3), por ter os mesmos controladores, deve ser bastante questionada, devido ao histórico de longa data. Por outro lado, a Eletrobras (BVMF:ELET3), que tem a 3G Radar como maior acionista preferencial da Eletrobras, com sócios como Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira, principais acionistas da Americanas, acabou de passar pela desestatização, então não deve ser tão indagada sobre o assunto, acredita.