Por Dawn Chmielewski e Lisa Richwine
LOS ANGELES (Reuters) - A Netflix (NASDAQ:NFLX) mostrou resiliência ao conquistar mais assinantes no último trimestre do que em qualquer trimestre nos últimos três anos, apesar das greves dos roteiristas e atores de Hollywood, fazendo com que as ações subissem 14,5% nesta quinta-feira.
A Netflix tirou proveito de sua forte produção global, bem como das dificuldades econômicas de seus rivais, para atingir a marca de 247 milhões de assinantes no terceiro trimestre, um ganho de quase 9 milhões nos últimos três meses.
Foi o maior ganho trimestral desde que a pandemia de Covid-19 impulsionou um crescimento sem precedentes no início de 2020.
As ações da Netflix subiram para 396,20 dólares, colocando-as em curso para o maior ganho percentual em um dia em quase três anos, com a empresa a caminho de adicionar mais de 22 bilhões de dólares a seu valor de marcado.
"A administração merece um Emmy por administrar as expectativas dos investidores", escreveram os analistas da Bernstein em uma nota, acrescentando que o compartilhamento pago abriu um mercado de assinantes potenciais maior do que o esperado para a Netflix.
Os resultados de rivais como Walt Disney (NYSE:DIS), Paramount Global e Warner Bros Discovery (NASDAQ:WBD) mostrarão o impacto da paralisação de meses do setor, que começou em maio com a greve dos roteiristas de Hollywood.
Os membros da Sindicato dos Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) chegaram a um acordo este mês, embora os atores, que abandonaram o trabalho em julho, continuem em greve.
As emissoras de televisão dos EUA preencheram seus programas de outono com repetições e reality shows, enquanto os serviços de streaming rivais atrasaram lançamentos e tiveram menos programas em idiomas estrangeiros do que a Netflix, que pôde produzir em mais de 50 países e idiomas.
"Devido à sua grande presença internacional, a Netflix está mais bem posicionada do que a maioria das empresas de entretenimento para preencher as lacunas de programação causadas pelas greves de roteiristas e atores", disse o analista-chefe da Insider Intelligence, Ross Benes.
"Com o atraso nas produções originais dos EUA e com outras empresas de TV e streaming não mais detendo títulos exclusivos, espera-se que a Netflix volte ao passado, quando muitos de seus maiores programas eram licenciados", disse Benes.
Uma adaptação em live-action da série japonesa de mangá, "One Piece", que representou uma colaboração entre as equipes de conteúdo da Netflix nos EUA e no Japão, foi classificada como a melhor série em 84 países -- um feito que nem mesmo a popular série de ficção científica "Stranger Things" conseguiu.
Enquanto isso, o drama jurídico "Suits", que foi ao ar pela última vez na USA Network em 2019, estabeleceu recordes de audiência quando chegou ao serviço de streaming -- um dos vários programas de televisão que a Netflix licenciou de concorrentes que estão encontrando novos públicos na Netflix.
(Reportagem de Dawn Chmielewski e Lisa Richwine, em Los Angeles; Reportagem adicional de Chavi Mehta, in Bengaluru)