Investing.com – As ações da Nike (BVMF:NIKE34) (NYSE:NKE) recuavam mais de 1% no pré-mercado desta segunda-feira, após o JPMorgan colocar a empresa em "observação de evento negativo", em antecipação à divulgação dos resultados do primeiro trimestre do ano fiscal de 2025.
Essa postura reflete as expectativas de queda na receita, com os analistas do JPMorgan reduzindo a projeção de lucro por ação (LPA) da Nike para o primeiro trimestre, de US$ 0,52 para US$ 0,48, abaixo do consenso de mercado.
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O banco explica que a redução nas previsões é motivada por uma queda de 10% no lucro bruto em dólares, superando a expectativa anterior de retração de 9,3%.
A análise do JPMorgan destaca desafios em todas as principais regiões geográficas, que estão impactando negativamente os resultados da Nike.
Na China, o sentimento cauteloso dos consumidores e as promoções digitais têm prejudicado a demanda, enquanto marcas locais continuam ganhando participação de mercado por meio de preços mais competitivos.
Na região da Europa, Oriente Médio e África (EMEA), a Nike enfrenta uma queda no tráfego de consumidores e maior concorrência em categorias de produtos de estilo de vida e performance.
Na América do Norte, a empresa está enfrentando dificuldades nas lojas de fábrica de venda direta ao consumidor (DTC), especialmente com o impacto dos gastos reduzidos de consumidores de baixa renda, segundo o JPMorgan.
As perspectivas para o ano fiscal completo de 2025 também estão sob pressão. O JPMorgan revisou sua estimativa de LPA para o ano fiscal, de US$ 3,08 para US$ 2,98, devido a projeções de receita 5,9% menores que o previsto.
A empresa também prevê uma recuperação mais lenta, adiando a esperada virada positiva no modelo financeiro para o ano fiscal de 2027.
O JPMorgan espera que a recuperação das margens ocorra no ano fiscal de 2026, antecedendo a recuperação de receita no ano seguinte.
Embora o JPMorgan veja com otimismo a recente nomeação de Elliott Hill como CEO, sinalizando um possível retorno às estratégias fundamentais da Nike, os desafios financeiros de curto prazo ainda devem persistir.
Os analistas acreditam que o desempenho das vendas digitais, o crescimento no atacado e a demanda nas principais regiões geográficas serão fatores cruciais para a trajetória de recuperação da Nike.