Investing.com - Ações do setor de saúde estão entre as principais quedas no Ibovespa nesta quarta-feira. Às 16h31, os papéis da Qualicorp (BVMF:QUAL3) lideravam as baixas do índice, com queda de 4,32% nos ativos, cotados a R$11,30. Rede D'Or (BVMF:RDOR3) também apresentava forte recuo, com 3,77%, a R$28,36.
Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, acredita que a queda é uma realização. “A última queda tem também relação com a notícia de que a Câmara aprovou ontem em primeiro turno o texto base da PEC do piso salarial da enfermagem. De certa forma, isso tende a impactar negativamente os provedores privados e públicos”, afirma.
Além disso, o banco BTG (BVMF:BPAC11) divulgou hoje um relatório em que aponta melhores resultados no setor, mas “mas não o suficiente para trazer muita alegria”.
Segundo os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima, em um trimestre marcado por melhor sazonalidade para provedores e impactos menos severos da Covid-19, a expectativa do banco é de resultados mistos, com melhores margens.
O BTG lembra que o trimestre é de algumas fusões e aquisições importantes, como Profarma (BVMF:PFRM3) Specialty pela Viveo (BVMF:VVEO3), Sompo Saúde pela SulAmérica (BVMF:SULA11), EMEC pela Mater Dei SA (BVMF:MATD3) e Lab. Marcelo Magalhães por Fleury (BVMF:FLRY3).
A expectativa é que os hospitais tenham melhores taxas de ocupação e ticket médio relativamente melhores, com hospitalizações por Covid-19 menos graves.
Segundo o relatório, Fleury deve apresentar desempenho superior no setor de laboratórios, com EBITDA de 18% a/a, mesmo em um trimestre de menores volumes relacionados ao Covid.
O banco completa que vê o segundo trimestre como um período de transição - seria um um primeiro passo para voltar à normalidade, que só deve chegar no ano que vem.
Previsões do BTG
Rede D’or
O BTG espera resultados mistos na publicação em 11 de agosto, com recuperação das margens e melhor sazonalidade do segundo trimestre com benefícios iniciais de iniciativas de redução de custos. No negativo, o BTG acredita que o EBITDA contábil não deve crescer muito ao ano. A expectativa é que o EBITDA ajustado chegue a R$ 1,43 bilhão (-8% ao ano). No entanto, dado o potencial de recuperação de lucros, recomenda a compra dos ativos.
Hapvida (BVMF:HAPV3)
O BTG estima um ticket médio fraco, mas pondera que os resultados do segundo trimestre que serão divulgados em 11 de agosto, devem ser um pouco melhores, mas não devem dar muita alegria. O banco acredita que os indicadores serão prejudicados pela consolidação de recentes fusões e aquisições. O banco estima EBITDA de R$ 538 milhões, um aumento de 21% ao ano. De acordo com o banco, com a captura gradual de sinergias e expansão no crescimento orgânico, os lucros devem ser impulsionados aos poucos, o que reforça a recomendação de compra.
Sul América (BVMF:SULA11)
O BTG estima resultados fracos e sem intercorrências no segundo trimestre, com alta no faturamento de 5% para R$ 5,48 bilhões, principalmente refletindo a adição de 158 mil membros (116 mil da consolidação da Sompo Saúde e mais 42 mil de forma orgânica). Por isso, banco reitera recomendação de compra para as ações.
Grupo Fleury
Em relatório, o BTG afirma estimar um trimestre sólido, com auxílio de fusões e aquisições), apesar dos volumes mais fracos devido à diminuição de casos de Covid. A expectativa é que o EBITDA cresça 18% a/a para R$ 294 milhões. Na contrapartida, estima lucro líquido ajustado de R$ 70 milhões, uma queda anual de 20%, com pressão de despesas financeiras. Sobre a recente fusão com a Pardini, a visão é positiva, mas ainda é necessário ter mais clareza sobre os fundamentos. Permanece neutra no ativo.
Qualicorp
O BTG espera outro trimestre decepcionante para a companhia nos resultados que serão apresentados em 9 de agosto, com fraco crescimento orgânico e ticket médio. O Banco espera uma receita líquida de R$ 494 milhões, uma queda anual de 5% e por isso permanece neutro nas ações.
Mater Dei
O BTG espera um segundo trimestre melhor, com resultados apresentados em 10 de agosto, devido a uma receita líquida forte e consolidação de fusões e aquisições recentes (Porto Dias, Hospital Santa Genoveva e Hospital Premium). O BTG vê receita líquida de R$ 452 milhões, alta de 68% ao ano. Após a expansão inorgânica esperada em 2021, com cinco hospitais adquiridos desde o IPO, o desafio é integrar esses ativos adquiridos, segundo os analistas, que possuem recomendação de compra para os ativos.
Além desses ativos, o BTG possui recomendação de compra para Viveo, Dasa, Blau, e Procaps, além de recomendação neutra para Odontoprev (BVMF:ODPV3).