Por Scott Kanowsky
Investing.com – As ações do First Republic Bank (NYSE:FRC) operavam em alta antes da abertura desta quinta-feira, 23, em Nova York, recuperando parte das fortes perdas ocorridas na sessão de ontem, provocadas por comentários da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.
Em uma audiência no Senado, Yellen declarou que não estava analisando planos para fornecer garantia a todos os depósitos bancários, reduzindo as expectativas dos investidores em relação a uma intervenção mais profunda das autoridades americanas para garantir os depósitos em bancos regionais em dificuldades.
Tanto as ações do First Republic quanto as do PacWest Bancorp (NASDAQ:PACW), da Califórnia, registraram quedas de dois dígitos na quarta-feira, 22, após as declarações de Yellen, diante de sinais de que não ocorreria uma extensão para outros bancos menores das medidas tomadas em relação ao Silicon Valley Bank. Os papéis do First Republic já perderam 90% desde 3 de março.
A instituição entrou no foco das atenções depois do colapso do SVB e do Signature Bank neste mês, provocando uma corrida dos clientes por seus depósitos. As preocupações decorriam do fato de que cerca de dois terços de seus depósitos estavam em contas acima do limite de proteção de US$ 250.000 estabelecido pelo Federal Deposit Insurance Corporation, espécie de fundo garantidor de crédito dos EUA.
Analistas demonstraram preocupação com as opções estratégicas do First Republic. Líderes em Washington e executivos de Wall Street estariam considerando a possibilidade de o governo fornecer apoio ao banco, de acordo com a Bloomberg News, citando pessoas a par da situação.
O Financial Times também informou que o First Republic contratou o banco de investimentos Lazard (NYSE:LAZ) para ajudá-lo em uma possível venda, injeção de capital ou transferência de ativos.
Em nota aos clientes, analistas da Wolfe Research descreveram a posição do First Republic como "entre Cila e Caríbdis", em referência a monstros marinhos da mitologia grega.
"Ainda é possível haver uma venda, mas o baixo interesse de compradores e a derrocada do valor da franquia são obstáculos na negociação", disseram os analistas da Wolfe.
Eles acrescentaram que, embora a colocação de novas ações no negócio e a limpeza de seu balanço por meio da venda de empréstimos e títulos possam ser opções viáveis, tal movimento “provavelmente eliminaria o valor das ações existentes”.