Por Senad Karaahmetovic
Como S&P 500 já subiu 17% em relação à mínima de junho, estrategistas começam a emitir notas aos investidores, alertando que uma reversão pode acontecer em breve.
Os indicadores técnicos e de posicionamento estão menos deprimidos nos níveis atuais, o que abre espaço para uma reversão, dado que o índice de referência dos EUA é negociado perto de 4300 pontos e com uma queda acumulada de apenas 10% no ano.
“O pico da inflação, a percepção de uma virada ‘dovish’ do Fed e resultados melhores do que os esperados no 2º tri geraram um forte repique desde os níveis sobrevendidos, com o apoio da queda das taxas dos títulos americanos e do dólar. No entanto, a retórica mais rígida de dirigentes do Fed fez com que os yields e o dólar voltassem a subir novamente em agosto, mas sem alterar o rali nas ações desta vez", escreveu um estrategista do Barclays (LON:BARC) aos clientes.
O estrategista defende que a reversão pode ter início na próxima semana, quando o mercado começa a ouvir as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, e outras autoridades monetárias durante a conferência mundial de bancos centrais em Jackson Hole.
“Nossa opinião continua ainda é muito cedo para os BCs cantarem vitória na luta contra a inflação, embora a queda do petróleo reforce a ideia de desinflação; porém, dados mais recentes do IPC em UK e UE mostram que ainda há um longo caminho a percorrer antes que as forças inflacionárias voltem a atuar”, acrescentou.
Nesse aspecto, o discurso de Powell em Jackson Hole, na próxima semana, é visto como um “importante catalisador”.
“O essencial para as ações é saber se Powell recuará em relação à visão de um ciclo de flexibilização em 2023 e uma taxa terminal maior, ou mantém a opcionalidade”, concluiu