SÃO PAULO (Reuters) - O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, um dos mais movimentados do país, vai retomar suas operações em outubro após ser inundado pelas fortes chuvas que atingiram o Estado do Rio Grande do Sul em maio.
Voos para e a partir do Salgado Filho, que é operado pela concessionária Fraport, foram temporariamente suspensos devido aos danos na pista e nos terminais. O governo permitiu que as companhias aéreas operassem na Base Aérea de Canoas, localizada nas proximidades, mas a tarifas reduzidas, já que a base não possui infraestrutura adequada.
O governo anunciou na noite de quinta-feira que as operações do Salgado Filho serão retomadas a partir de 21 de outubro, inicialmente com 128 voos diários. As companhias aéreas estão autorizadas a vender passagens aéreas de e para Porto Alegre a partir de sexta-feira.
O aeroporto deve operar em plena capacidade a partir de 16 de dezembro, acrescentou o governo.
"Serão 128 voos diários, o equivalente a mais de 900 voos semanais, o que equivale a mais de 3 mil voos por mês. Então isso vai, sem dúvida alguma, acelerar a retomada da economia do Estado", disse o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em comunicado divulgado pela pasta.
A Azul (BVMF:AZUL4) afirmou em um comunicado nesta sexta-feira que será a empresa com maior número de slots disponíveis quando as operações forem retomadas, planejando operar até 60 voos por dia. A companhia começou a vender passagens para voos que ligam Porto Alegre a destinos como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
"Estaremos ofertando mais de 57 mil assentos semanais, o que representa 78% da operação que a empresa possuía antes dos alagamentos e enchentes na região", disse o diretor de Alianças, Planejamento e Revenue Management da Azul, André Mercadante, acrescentando que os voos para a Base Aérea de Canoas serão suspensos.
As companhias aéreas locais ainda não divulgaram o impacto financeiro das enchentes no Estado gaúcho. A Azul, que reporta seus resultados do segundo trimestre na próxima semana, disse em maio que o Estado representava cerca de 10% de sua rede.
A concorrente Latam Airlines disse esta semana que as enchentes no Rio Grande do Sul causaram um impacto de 25 milhões de dólares em sua receita operacional no segundo trimestre.
(Reportagem de Gabriel Araujo)