O AgroGalaxy, um dos maiores grupos varejistas de insumos agrícolas e serviços voltados ao agronegócio do Brasil, registrou no segundo trimestre deste ano prejuízo líquido ajustado de R$ 257,1 milhões, ampliando em 138,9% o prejuízo líquido ajustado registrado no segundo trimestre do ano passado, de R$ 107,6 milhões. A margem de lucro ajustado, que há um ano havia ficado negativa em 5,5%, no segundo trimestre deste ano ficou negativa em 14%, informou nesta segunda-feira (14) a empresa, depois do fechamento do mercado.
A receita líquida total do Agrogalaxy (BVMF:AGXY3) no segundo trimestre do ano atingiu R$ 1,832 bilhão, valor 6,9% abaixo do R$ 1,967 bilhão apurado em igual período do ano passado. A receita de insumos diminuiu 38,7%, para R$ 478,6 milhões, com queda de 47% em preços e aumento de 8% em volume. Já a receita com grãos subiu 14,1%, para R$ 1,353 bilhão.
O lucro bruto ajustado atingiu R$ 93,3 milhões no segundo trimestre, queda de 51,6% na comparação anual. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou negativo em R$ 72,5 milhões com margem negativa em 4%, revertendo resultado positivo de R$ 56,3 milhões (com margem de 2,9%) reportados um ano antes.
Em release de resultados o CEO do AgroGalaxy, Welles Pascoal, disse que os resultado foram afetados pela sazonalidade histórica do período e pelo cenário "ainda desafiador" do mercado brasileiro. "Estivemos sujeitos às turbulências que tiveram origem em 2022, com a invasão russa à Ucrânia, culminando na intensa volatilidade nos preços e ameaça de escassez de fertilizantes em todo mundo e o mesmo ocorreu com alguns defensivos químicos por diferentes razões. Desde o final do ano passado, antecipamos que a volta à normalidade de fornecimento desses insumos e o excesso de estocagem de defensivos químicos no setor levariam a quedas de preços. Essa tendência de queda influenciou o comportamento do produtor, que passou a realizar pedidos muitos mais próximos a seu uso", afirmou.
Além do ritmo mais lento de vendas dos insumos e da queda dos preços dos produtos, Pascoal destacou que a queda dos preços das commodities levou os produtores a segurarem a comercialização do grão e, consequentemente, atrasarem os pagamentos às distribuidoras. "Todos esses fatores afetaram os resultados do 2º trimestre de 2023, mas o faturamento representa menos de 10% do total do ano, historicamente", ponderou.
Outro impacto desfavorável no resultado financeiro do Agrogalaxy veio da taxa Selic, atualmente em patamares elevados, segundo o executivo, o que foi parcialmente compensado pela melhoria nos custos financeiros repassados aos clientes. "Sob o aspecto de estrutura de capital, conseguimos fechar o trimestre com robusta posição de caixa, equivalentes e aplicações de R$ 1,4 bilhão e o Retorno Sobre Capital Investido (ROIC) alcançou 17,3% em junho", ressaltou.