O AgroGalaxy, um dos maiores grupos varejistas de insumos agrícolas e serviços voltados ao agronegócio do Brasil, registrou no terceiro trimestre deste ano prejuízo líquido ajustado de R$ 88,7 milhões, ante lucro líquido ajustado de R$ 19,4 milhões no terceiro trimestre do ano passado, informou nesta segunda-feira (13) a companhia, depois do fechamento do mercado. A margem de lucro ajustado ficou negativa em 3,7%, ante 0,6% positiva há um ano, informou a empresa. Segundo a companhia, o resultado financeiro foi afetado pela elevada taxa de juros.
A receita líquida total do Agrogalaxy (BVMF:AGXY3) no terceiro trimestre do ano atingiu R$ 2,369 bilhões, valor 22,9% abaixo dos R$ 3,074 bilhões apurados em igual período do ano passado. A receita de insumos diminuiu 41,5%, para R$ 1,304 bilhão, com queda de 44,4% em preços e aumento de 2,9% em volume. Entre os insumos, os segmentos de especialidades e bioinsumos, que possuem margem bruta maior, cresceram 2,8 pontos porcentuais e 1,7 ponto porcentual, respectivamente. Já a receita com grãos subiu 26,1%, para R$ 1,066 bilhão.
O lucro bruto ajustado atingiu R$ 255,3 milhões no terceiro trimestre, queda de 36,1% na comparação anual. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado cedeu 54,9%, passando de R$ 165,2 milhões do terceiro trimestre do ano passado para R$ 74,4 milhões no último trimestre deste ano.
Em release de resultados, a empresa destacou que a margem bruta de 18,2% foi recorde para o terceiro trimestre. "Nos antecipamos ao mercado e colocamos em prática uma estratégia para enfrentar a intensa volatilidade dos preços e excesso de estocagem de insumos e a variação no valor das commodities, que influenciaram o comportamento do produtor, realizando pedidos muito próximos a seu uso ao longo do ano. A conquista de maior margem do ano é muito relevante, dado que os terceiros trimestres costumam ser os de menor margem, por ter um mix importante de fertilizantes", disse o CEO do AgroGalaxy, Welles Pascoal.
Pascoal apontou também que a queda na receita da venda de insumos no último trimestre deve-se, em parte, ao atraso no plantio da safra de verão, em virtude das condições climáticas adversas. "O fim de setembro, que é crucial no faturamento de safra de verão, principalmente em sementes e defensivos, foi afetado negativamente por altas temperaturas, atípicas para a época, alcançando mais de 40ºC em algumas regiões, fato que atrasou o plantio nas lavouras de boa parte do Brasil", explicou o CEO.